Alckmin e Cristovam atacam "bondades" de Lula em ano eleitoral
Cristovam afirmou que existem "pacotes de boca-de-urna". "Coisas que podiam ter sido feitas anos atrás, mas que estão sendo feitas só agora", explicou. Alckmin acusou que o governo está a serviço de partidos e pediu que o poder Judiciário estabeleça regras claras para evitar o problema, assim como punição. "Deixaram de trabalhar por quatro anos para fazer coisas na véspera das eleições".
Já Heloísa Helena afirmou que foi expulsa do PT porque denunciou a "apropriação da máquina pública por gangues partidárias", acordo com banqueiros e distribuição de cargos pelo governo Lula.
Alckmin Ao ser questionado por Cristovam Buarque, Alckmin afirmou que é contra a possibilidade da reeleição. Ele disse que a emenda deve ser suprimida em uma reforma política, junto com aprovação de mecanismos para garantir o voto distrital e fidelidade partidária. Entretanto, ao ser questionado sobre o fato da reeleição ter sido aprovada pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, Alckmin aparentemente mudou de discurso e defendeu que a "reeleição não foi para o presidente Fernando Henrique, mas também para os governadores". Em seguida, disse que a reeleição dá força ao eleitor. Por fim, esclareceu que, mantida a atual regra, votaria contra no Congresso nacional.
Levantando a bandeira pela ética, junto com as críticas contra Lula pelos escândalos de corrupção no governo, ele anunciou o lançamento de conjunto de propostas anticorrupção, que seriam uma "espécie de vacina". Entre as medidas, está a exigência de compras eletrônicas em todos os casos pelo governo e o fim da comissão mista de orçamento.
Ao ser questionado sobre sua mudança de atitude na campanha, que assumiu tom mais agressivo nas últimas semanas, Alckmin afirmou que é seu dever mostrar os problemas. "Não são fatos isolados. É uma estrutura de poder que foi montada autoritariamente. O que é o mensalão, é querer comprar o outro poder. São denuncias repetitivas, é uma lista telefônica da corrupção", disse.
Heloísa O problema da segurança pública foi um dos temas mais trazidos ao debate por Heloísa Helena, que usou a questão para aproximar o governo Lula e o de FHC, do mesmo PSDB de Alckmin. Para ela, os dois partidos fazem uso eleitoreiro da violência. "Se quiserem uma mulher presidenta da República que promoverá um combate implacável ao crime organizado e à corrupção, com certeza vão ter a oportunidade nesta eleição", disse.
Após criticar as alianças políticas feitas pelo PT e venda de cargos, ela disse que não teme o assunto da governabilidade se for eleita. Heloísa rebateu que não precisará aprovar emendas provisórias, pois a legislação brasileira é uma das mais avançadas e contempla as necessidades da população. "Quero o Congresso nacional fiscalizando o governo, a agilidade da máquina pública", disse ela. Ela defendeu ainda a realização de um orçamento compartilhado com a sociedade.
A senadora do Psol atacou também o apelo popular de Lula, dizendo que ela também vem de um família pobre, mas que não se deixou contaminar ao chegar ao poder. A candidata agradeceu repetidas vezes o carinho dos eleitores e as flores recebidas.
Cristovam Cristovam Buarque manteve o discurso defensor da educação como forma principal de desenvolvimento do País, mas elevou o tom das críticas contra Lula. O programa Bolsa Família, sucesso do governo federal, foi apontado como incentivadora de "vício". Cristovam acredita que o programa Bolsa Escola, instituído por ele durante o governo no Distrito Federal, incentiva a freqüência escolar e melhor as condições de vida.
Ao saber que a enquete realizada pelo Terra mostrava que o item educação é considerado prioridade por 43% dos internautas, ele fez um apelo aos eleitores. "Eu tenho encarnado a educação, mas não tenho 43% dos votos. Pois gostaria muito de ir para o segundo turno com qualquer um dos candidatos", desabafou.
O candidato do PDT também falou em saúde e sugeriu a instalação de um ponto de saúde em cada escola. Para ele, a melhoria na saúde está ligada a renda e emprego, proporcionando retomada do crescimento. Ele afirmou que, se eleito, criará um orçamento impositivo para saúde com possibilidade de obrigar o governo a investir todo o recurso necessário, não só a parcela prevista.
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