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Politica Brasil
Quinta - 14 de Setembro de 2006 às 00:26

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Os dois candidatos à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) e Cristovam Buarque (PDT) acusaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de concretizar projetos apenas em ano eleitoral com o objetivo de facilitar sua reeleição durante debate na TV Gazeta, transmitido pelo Terra. Lula, que não compareceu, foi alvo também de críticas referentes aos escândalos de corrupção, sendo responsabilizado pelo sentimento de desilusão da população com a política. A candidata Heloísa Helena (Psol) afirmou que a "traição do governo Lula" é responsável pelo desalento que encontra no País durante viagens.

Cristovam afirmou que existem "pacotes de boca-de-urna". "Coisas que podiam ter sido feitas anos atrás, mas que estão sendo feitas só agora", explicou. Alckmin acusou que o governo está a serviço de partidos e pediu que o poder Judiciário estabeleça regras claras para evitar o problema, assim como punição. "Deixaram de trabalhar por quatro anos para fazer coisas na véspera das eleições".

Já Heloísa Helena afirmou que foi expulsa do PT porque denunciou a "apropriação da máquina pública por gangues partidárias", acordo com banqueiros e distribuição de cargos pelo governo Lula.

Alckmin Ao ser questionado por Cristovam Buarque, Alckmin afirmou que é contra a possibilidade da reeleição. Ele disse que a emenda deve ser suprimida em uma reforma política, junto com aprovação de mecanismos para garantir o voto distrital e fidelidade partidária. Entretanto, ao ser questionado sobre o fato da reeleição ter sido aprovada pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, Alckmin aparentemente mudou de discurso e defendeu que a "reeleição não foi para o presidente Fernando Henrique, mas também para os governadores". Em seguida, disse que a reeleição dá força ao eleitor. Por fim, esclareceu que, mantida a atual regra, votaria contra no Congresso nacional.

Levantando a bandeira pela ética, junto com as críticas contra Lula pelos escândalos de corrupção no governo, ele anunciou o lançamento de conjunto de propostas anticorrupção, que seriam uma "espécie de vacina". Entre as medidas, está a exigência de compras eletrônicas em todos os casos pelo governo e o fim da comissão mista de orçamento.

Ao ser questionado sobre sua mudança de atitude na campanha, que assumiu tom mais agressivo nas últimas semanas, Alckmin afirmou que é seu dever mostrar os problemas. "Não são fatos isolados. É uma estrutura de poder que foi montada autoritariamente. O que é o mensalão, é querer comprar o outro poder. São denuncias repetitivas, é uma lista telefônica da corrupção", disse.

Heloísa O problema da segurança pública foi um dos temas mais trazidos ao debate por Heloísa Helena, que usou a questão para aproximar o governo Lula e o de FHC, do mesmo PSDB de Alckmin. Para ela, os dois partidos fazem uso eleitoreiro da violência. "Se quiserem uma mulher presidenta da República que promoverá um combate implacável ao crime organizado e à corrupção, com certeza vão ter a oportunidade nesta eleição", disse.

Após criticar as alianças políticas feitas pelo PT e venda de cargos, ela disse que não teme o assunto da governabilidade se for eleita. Heloísa rebateu que não precisará aprovar emendas provisórias, pois a legislação brasileira é uma das mais avançadas e contempla as necessidades da população. "Quero o Congresso nacional fiscalizando o governo, a agilidade da máquina pública", disse ela. Ela defendeu ainda a realização de um orçamento compartilhado com a sociedade.

A senadora do Psol atacou também o apelo popular de Lula, dizendo que ela também vem de um família pobre, mas que não se deixou contaminar ao chegar ao poder. A candidata agradeceu repetidas vezes o carinho dos eleitores e as flores recebidas.

Cristovam Cristovam Buarque manteve o discurso defensor da educação como forma principal de desenvolvimento do País, mas elevou o tom das críticas contra Lula. O programa Bolsa Família, sucesso do governo federal, foi apontado como incentivadora de "vício". Cristovam acredita que o programa Bolsa Escola, instituído por ele durante o governo no Distrito Federal, incentiva a freqüência escolar e melhor as condições de vida.

Ao saber que a enquete realizada pelo Terra mostrava que o item educação é considerado prioridade por 43% dos internautas, ele fez um apelo aos eleitores. "Eu tenho encarnado a educação, mas não tenho 43% dos votos. Pois gostaria muito de ir para o segundo turno com qualquer um dos candidatos", desabafou.

O candidato do PDT também falou em saúde e sugeriu a instalação de um ponto de saúde em cada escola. Para ele, a melhoria na saúde está ligada a renda e emprego, proporcionando retomada do crescimento. Ele afirmou que, se eleito, criará um orçamento impositivo para saúde com possibilidade de obrigar o governo a investir todo o recurso necessário, não só a parcela prevista.





Fonte: Terra

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