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Assessor de Malta isenta senador de acusações
"Eu tinha certeza de que o senador não tinha noção de que estava sendo acusado de alguma coisa", afirmou Cançado. Em depoimento à CPI dos Sanguessugas, o empresário Darci Vedoin, um dos sócios da Planam, disse que Malta usou um Fiat Ducato que teria sido entregue ao deputado Lino Rossi (PP-MT) em troca de emendas para a compra de ambulâncias.
Esse foi o indício que motivou a citação de Malta no relatório da CPI. O presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-SP), disse que, mesmo sem receber dinheiro indiretamente, o fato de utilizar um carro dado como propina já caracterizaria quebra de decoro.
O assessor afirmou que Lino Rossi havia se comprometido a esclarecer toda a situação para livra o senador da acusação e que, se fosse preciso, iria até o Espírito Santo para confirmar que o automóvel não pertencia a Malta.
Cançado disse que não conhecia os empresários Darci Vedoin, Luiz Antonio Vedoin, Romildo Medeiros, sócios da Planam, e a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, apontada como o braço da quadrilha no Executivo. Em seguida, disse que o senador foi envolvido no esquema injustamente.
Caminho torto
O relator do processo contra Malta, Demóstenes Torres (PFL-GO), explicou como o Ducato chegou às mãos do capixaba. Segundo ele, o carro foi comprado novo pela Planam numa concessionária e registrado em nome de Lino Rossi. O deputado devolveu o automóvel à agência e recebeu R$ 50 mil.
O furgão foi comprado por José Luiz Cardoso, registrado em nome dele e devolvido outra vez à loja, mas sem mudança de proprietário. O carro ficou na concessionária até que Cançado pediu que ele fosse transferido para Kelly Batistelo. Depois disso, Malta passou a usar o veículo.
"Isso está parecendo novela mexicana, pois ninguém sabe quem foi que deu esse carro. Eles criaram uma bolha que nós temos que furar", disse Demóstenes. Ele não soube explicar quem é Kelly Batistelo.
O relator pediu uma acareação entre Cançado e Darci na próxima quarta-feira (20) para esclarecer o caso. Lino Rossi havia sido convidado para depor, mas não compareceu e agora só será ouvido pela Polícia Federal, já que o Conselho não tem poder para convocá-lo. Hoje (12), Malta arrolou outras três testemunhas de defesa.
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