Confirmada a acareação
De um lado, estarão o empresário Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam e acusado de chefiar o esquema, e seu cunhado e ex-funcionário da empresa, Ivo Marcelo Spínola. De outro, o também empresário Paulo Roberto Ribeiro, genro de Serys e acusado de agir como intermediário em seus contatos com a quadrilha.
Darcy Vedoin, pai de Luiz Antônio, alegou problemas de saúde e não irá a Brasília. “Luiz Antônio e Ivo irão como colaboradores, mas já adianto que não há a menor chance de algo novo surgir desta acareação. Tudo o que eles sabiam, ou se lembram, já foi dito mais de uma vez”, disse o advogado Otto Medeiros, que defende os Vedoin.
Na semana passada, Ribeiro e Spínola foram confrontados pelo Conselho de Ética, sem sucesso. As versões que apresentaram foram contraditórias em todos os aspectos, do contexto da negociação aos valores e a forma de pagamento do negócio.
O ex-funcionário da Planam disse ter testemunhado o pagamento de cerca de R$ 35 mil, em espécie, ao genro da senadora. O valor seria parte da propina acertada pela proposição de uma emenda genérica no valor de R$ 700 mil, de autoria de Serys.
Ribeiro nega a versão. Segundo ele, os R$ 37,2 mil que recebeu da Planam foram o resultado de um negócio entre a sua empresa, São Benedito Comércio, e a Planam. O pagamento, segundo ele, foi feito com um cheque assinado por Spínola.
Defensor de Ribeiro, o advogado Paulo Taques diz esperar que seja apresentado amanhã o resultado da quebra do sigilo bancário de Spínola, que revelaria a existência do cheque. Ele diz que esta é a única prova material do negócio. “O Ivo disse que o Paulo seria procurado pelo Luiz Antônio para emitir a nota. Isto nunca aconteceu”.
A versão tem muitos pontos obscuros. O único funcionário da São Benedito que testemunhou a entrega dos equipamentos vendidos à Planam teria sido João Bosco Ferreira da Silva, que suicidou-se em 2005.
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