Abicalil apóia Reforma Agrária em Nortelândia
Em sua andança pelo Médio Norte, Carlos Abicalil, deputado federal e candidato à reeleição foi recebido, no último domingo, 10, por cerca de 200 pessoas na reunião da Associação dos Trabalhadores Rurais Sem Terra “Movimento Terra, Trabalho e Progresso”, em Nortelândia, com o objetivo de discutir uma solução para a morosidade das ações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o problema econômico na região.
Segundo Juarez Barros, candidato a deputado estadual e um dos líderes do movimento, a meta é desapropriar a Fazenda Arrossensal, pertencente ao Grupo Camargo Corrêa, que detêm o maior latifúndio da cidade: “Nortelândia tem uma área territorial de 1.351 km2, a fazenda detêm 710 km2, empregando 200 funcionários”, afirmou.
Carlos Abicalil aproveitou a oportunidade para firmar compromissos com os assentamentos Raimundo da Rocha e São Francisco que precisam de pavimentação asfáltica e regularização no fornecimento de água e energia. O deputado disse que a realização da reforma agrária em Nortelândia sempre foi feita com muita luta e o progresso da agricultura familiar está correspondendo com o passar do tempo. E ainda completou: “reclamar o direito é um exercício que se aprende quando criança. Aqui as pessoas se mobilizam na busca de um ideal”.
Também pleiteando uma vaga na Câmara dos Deputados, Antônio Aguiar (PC do B), está familiarizado com o problema da região e almeja acompanhar Abicalil na luta em Brasília. “Desde o início da década de 90 o garimpo foi acabando e a população não tinha vocação para a agricultura. Predominava a fartura de emprego na exploração de diamantes e muitas vezes ficava difícil até conseguir mão-de-obra para outros serviços. Nossa riqueza foi levada para o exterior, sem – sequer – cobranças de impostos”, desabafou.
“A Fazenda Arrossensal já era para ter sido desapropriada, mas nós não tínhamos o Governo Lula. Hoje o trabalhador tem mais amparo. Não podemos aceitar uma propriedade que não recolha quase nada para o município. É um latifúndio improdutivo socialmente. Nós não temos comprometimento com o capitalismo”, observou Antônio no uso da palavra.
Fazendo analogia com o nome da fazenda, Carlos Abicalil disse que é preciso temperar o arroz sem sal: “Vou acompanhar o processo de desapropriação. Aquilo que é Arrossensal vai se tornar um banquete nas mãos dos trabalhadores. O Incra não pode ser sinônimo de demora e sim de Reforma Agrária. A cada dificuldade nossa, a condição é ficar de pé outra vez”.
A presença do deputado federal e de Antônio Aguiar em Nortelândia foi um convite de Juarez Barros, que há mais de dez anos luta contra a estagnação econômica no Médio Norte. Em outra oportunidade, a senadora Serys Marly, que disputa o cargo para o Governo do Estado, e outros candidatos, participaram da mesma reunião, onde se reuniram 500 pessoas.
Ex-vereador em Nortelândia e psicólogo, Juarez lembrou de outros impasses acarretados pelo desemprego: “com 5.478 habitantes, o sentimento da população é de igualdade social e esperança. É possível observar pela cidade muitos imóveis abandonados. Outro problema notório são os suicídios, cerca de cinco por ano. Isso deve-se a reduzida auto-estima”.
Morosidade do Incra No dia 13 de outubro de 2005, Francisco Sérgio Machado, presidente da Associação dos Sem Terra, juntamente com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) protocolaram no Incra o pedido de desapropriação da Fazenda Arrossensal.
Francisco contou que ao entregar, em mão, tal pedido ele ouviu do superintendente regional do Incra, Leonel Wholfhart a seguinte frase: “enfim, alguém criou coragem para pedir a desapropriação desse latifúndio”.
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