MST diminui invasões para não prejudicar Lula
Tradicionalmente apoiador do líder nas pesquisas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MST realizou 134 ações em 21 Estados durante os primeiros quatro meses do ano. Nos quatro meses seguintes - de maio a agosto -, foram apenas 46 em 11 Estados, de acordo com O Estado de S.Paulo.
No início do ano, o MST protagonizou ações como a destruição do centro de pesquisas florestais da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro, no Rio Grande do Sul. Em abril, realizou uma onda de invasões de prédios e fazendas, bloqueios de rodovias e ocupação de pedágios.
Porém, como aliado do presidente Lula - vários líderes estão engajados na campanha à reeleição -, o movimento freou as suas ações. Em julho, foram registradas 12 invasões e, em agosto, apenas 7. Na última delas, na quarta-feira da semana passada, 200 sem-terra invadiram a sede do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), em Presidente Prudente.
Segundo a coordenadora nacional do MST, Marina dos Santos, o movimento não tomou partido nessas eleições, "mas a maioria (dos militantes) vai votar no Lula". Ela afirma que será um voto "crítico", porque há muita insatisfação com o ritmo da reforma agrária.
Marina dos Santos diz ainda que a mobilização do MST "esfriou" porque, em ano eleitoral, faltam interlocutores para as negociações. "Não é uma trégua. É que, nesse período, a reforma não avança e seria gastar fichas à toa", explica.
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