Morales admite dificuldades com Petrobras, mas confia em Lula
"Creio que é um pouco difícil negociar com a Petrobras tecnicamente, mas não tanto, politicamente", disse Morales em entrevista a jornalistas estrangeiros em La Paz.
A Petrobras e a estatal boliviana YPFB ainda não conseguiram, após quase três meses de negociações, alcançar um acordo sobre os preços do gás vendido ao Brasil.
A Argentina já aceitou um reajuste de 65% sobre o preço praticado antes da "nacionalização" dos hidrocarbonetos na Bolívia.
Morales disse que o problema pode ser resolvido com uma negociação política com o líder brasileiro: "Politicamente, tenho muita confiança no companheiro Lula".
O presidente boliviano reconheceu que as eleições no Brasil, em outubro próximo, não contribuem para uma solução do problema do preço do gás a curto prazo.
"Entendo perfeitamente que nesta conjuntura política não se pode negociar, mas sei que predominará a solidariedade, os laços de amizade que nos unem. Nós dois estamos apostando na justiça social".
Morales confirmou o prazo até 1º de novembro para que a Petrobras aceite o reajuste do gás vendido ao Brasil.
O presidente da Petrobras, Sergio Gabrieli, descartou hoje a possibilidade de aceitar um aumento no preço do gás boliviano que não esteja previsto no acordo de compra e venda firmado há sete anos entre La Paz e Brasília.
O Brasil, que importa em média 26 milhões de metros cúbicos diários de gás, se nega a pagar mais de 4 dólares por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica).
Comentários