Recorde brasileiro no Mundial Paraolímpico de Atletismo

No penúltimo dia de competições do Mundial Paraolímpico de Atletismo, na Holanda, mais medalhas douradas apareceram. Foram duas de ouro, com Odair Santos e Terezinha Guilhermino, três de prata, com Antonio Delfino, Pedro César e o revezamento 4X100, e mais três bronzes, com Ádria Santos, Carlos Bartô e Pedro César novamente.

Odair Santos ganhou os 1500m da classe T12 para atletas com baixa visão. O atleta completou a prova em 3m50s66, quebrando o recorde anterior do tunisiano Maher Bouallegue, de 3m51s09.

A segunda medalha de ouro veio dos 200m para cegas. Foram precisos 26s32 para Terezinha Guilhermino vencer a prova. Na outra raia, a brasileira Ádria Santos garantiu o bronze com o tempo de 26s46. A chinesa Wu Chunmiao ficou com a prata, a apenas alguns milésimos de segundos da primeira colocada.

“É o meu sonho, desde que eu pisei na pista eu queria ser a melhor do mundo. Depois de seis anos aconteceu: hoje eu sou a melhor do mundo”, disse Terezinha muito emocionada.

E emoção também não faltou no revezamento 4x100 para deficientes visuais. Felipe Gomes, André Garcia, Lucas Prado e Julio César fizeram uma final disputada contra portugueses, espanhóis e alemães. A vitória apertada dos portugueses, com apenas 4 centésimos de vantagem, não tirou o brilho da prata brasileira.

Pedro César garantiu mais duas medalhas para o Brasil: a prata nos 400m e o bronze nos 100m para atletas com baixa visão. Antonio Delfino correu a última prova do dia e chegou em segundo nos 100m da classe T46, com o tempo de 11s23. O australiano Hetah Francis venceu a prova com 11s15.

O Brasil conquistou 22 medalhas, três de ouro, dez de prata e nove de bronze, e 16 vagas para a próxima paraolimpíada com o quarto lugar de Suely Guimarães no lançamento de disco, de Emicarlo Souza nos 400m, de Edson Pinheiro nos 100m, de Vanderson Alves no arremesso de peso e de Moisés Vicente Neto nos 5000m para atletas com comprometimento de membro superior.

Apesar de as 22 medalhas e os cinco quartos lugares somarem 27, existem nove medalhas repetidas de Rosinha, Delfino, Terezinha, Adria, Odair, Barto e Pedro que não contam, além das provas de revezamento nas quais o Brasil foi bronze e prata, mas também não são computadas para vagas em Pequim.

Confira o quadro de medalhas:

1. Odair Santos - Ouro 1500m 2. Terezinha Guilhermina (MG) - Ouro 200m 4. Terezinha Guilhermino (MG) - Prata 100m 11. Terezinha Guilhermina (MG) - Prata 400m 12. Pedro César (MG) - Prata 400m 17. Odair, Gilson, Carlos e Pedro - Bronze Revez. 4x400 22. Pedro César (MG) - Bronze 100m

BOLSA ATLETA – O atleta Pedro César e as irmãs Terezinha e Sirlene Guilhermina, são originários do Estado de Minas Gerais e residentes em Mato Grosso há quase dois anos. O grupo se mudou para o Estado na esperança de serem assistidos pelo Projeto Olimpus – Bolsa Atleta, instituído em 2004 pela Secretaria de Estado de Esportes, com o objetivo de custear a participação de atletas em competições esportivas pelo período de um ano, podendo o recurso ser utilizado na aquisição de materiais esportivos, uniformes, transporte, entre outras necessidades.

Dois meses após a chegada das irmãs em Mato Grosso, as atletas foram beneficiadas com a homologação da Bolsa Atleta Internacional, no valor de R$ 2,5 mil mensais, subsidiadas pelo Ministério dos Esportes. Com os critérios estabelecidos para o pleito ao benefício, as irmãs possuíam ranking para serem contempladas internacionalmente, extrapolando os critérios estabelecidos pela bolsa estadual.

A confirmação dada em outubro de 2005 com o depósito pelo Ministério dos Esportes da primeira parcela na conta das atletas, representou a garantia da continuidade das irmãs em suas jornadas esportivas, sem terem que abdicar do esporte para garantir o sustento fora das pistas de atletismo. O benefício tem a duração de um ano.

As irmãs foram as primeiras atletas contempladas com o incentivo da Bolsa Atleta Internacional em Mato Grosso.