Fraudadoras faturaram R$ 39 milhões com ambulâncias
Dados obtidos por peritos da CPI dos Sanguessugas a partir da quebra do sigilo bancário das empresas Planam e Santa Maria mostram que os repasses para o esquema da máfia das ambulâncias foram feitos em 533 operações com as prefeituras, de maio de 2001 até abril de 2006.
De acordo com a reportagem de Marcelo de Moraes, a Planam recebeu cerca de R$ 22 milhões das prefeituras, enquanto a Santa Maria arrecadou aproximadamente R$ 17,2 milhões. O dinheiro é referente às compras de ambulâncias feitas pelas prefeituras. "Mas integrantes da CPI não têm dúvidas de afirmar que grande parte dessas operações foi feita de forma irregular, através de licitações viciadas e provavelmente com o valor superfaturado, beneficiando o esquema montado por Luiz Antônio e Darci Vedoin", diz um trecho da matéria.
Ainda segundo o Estadão, boa parte do dinheiro arrecadado pela Planam e Santa Maria com as vendas para as prefeituras abasteceu o pagamento das comissões de parlamentares que apresentaram emendas interessantes ao esquema. O Congresso já investiga o envolvimento de 72 parlamentares com a máfia das ambulâncias. Na Câmara, 69 deputados terão sua participação no escândalo analisada pelo Conselho de Ética. No Senado, três senadores serão investigados.
Ao todo, as prefeituras fizeram 337 operações com a Planam, e 296 com a Santa Maria. Algumas dessas negociações têm valor pouco expressivo, mas a grande maioria é superior a R$ 50 mil. Existem depósitos de grandes somas, como os dois feitos pela prefeitura de Macapá, nos dias 17 e 20 de janeiro deste ano. O primeiro depósito feito na conta da Planam somou R$ 167 mil. O segundo, ocorrido três dias depois, totalizou mais R$ 324 mil.
Os peritos da CPI acreditam que o volume de repasses feito pelas prefeituras para as empresas envolvidas no escândalo será ainda maior. Isso porque os técnicos analisaram até agora os sigilos bancários referentes a apenas duas empresas envolvidas com o escândalo.
A Planam é a principal empresa dos Vedoin e a Santa Maria é outra empresa do grupo, só que comandada por proprietários laranjas. A expectativa é que a chegada das informações de operações bancárias envolvendo as outras empresas investigadas aumente ainda mais esse volume de negociações.
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