Repórter News - reporternews.com.br
Noticias da TV
Sábado - 09 de Setembro de 2006 às 17:37

    Imprimir


Os ares opressores da década de 1960 já sopram em Cidadão Brasileiro, da Record. Com isso, a trama de Lauro César Muniz passa, enfim, a sua segunda fase. Com direito a histórias de perseguições políticas praticadas pela recém-instalada ditadura militar e também com a entrada de um núcleo hippie, a novela ganha um novo fôlego, até agora a média de audiência permaneceu em 13 pontos. É nessa segunda fase, aliás, que o autor passa a destacar a maturidade do protagonista Antonio Maciel, de Gabriel Braga Nunes, realçando os conflitos amorosos e profissionais vividos por ele, mas sem esquecer os outros fios condutores da trama, defendidos por personagens secundários.

Para narrar a trajetória de Antonio Maciel, Lauro César Muniz não se limita às figuras centrais da novela. Ao contrário: ele também dá destaque aos diversos núcleos que giram em torno do protagonista, como é o caso das histórias que se passam na fictícia Guará. É lá, por exemplo, que está o vilão Atílio, de Floriano Peixoto, sempre pronto a pegar no pé de Antonio. É lá também que vivem alguns amigos do protagonista e onde acontece um dos triângulos amorosos mais inusitados da trama, que envolve os personagens Nilo, Julieta e Aguinaldo, interpretados por Thiago Chagas, Vanessa Goulart e Gustavo Haddad. Os três mantêm um romance harmonioso e sem culpas, além de serem responsáveis por alguns momentos de humor da trama.

Mas há outros pontos positivos em Cidadão Brasileiro, além do roteiro bem amarrado. O elenco não "desafina" e interpreta com correção os diferentes personagens que passeiam pela história. O protagonista Gabriel Braga Nunes, que vive Antonio, é convincente e sabe dosar cada uma das emoções que agitam seu personagem. As atrizes Paloma Duarte e Carla Regina, por sua vez, também não decepcionam nas "tintas" que imprimem em Luiza e Carolina, respectivamente. O trio, por sinal, responde com densidade dramática a cada uma das vicissitudes que seus personagens sofrem em cada uma das fases da novela. Outro destaque é a atuação de Lucélia Santos, que vive, de forma bem segura, a dissimulada Fausta.

A direção de arte também chama a atenção em Cidadão Brasileiro. Muito bem cuidada e sem exageros ou afetações, cada detalhe dos cenários, dos figurinos e dos objetos cênicos são perfeitamente adequados à época retratada. Tanto que a produção não se esqueceu de incluir sofás, poltronas e cadeiras sustentados pelos famosos pés-palitos, muito populares nas residências da década de 1960. Outro bom exemplo da boa direção de arte são os carros utilizados na novela. Assim como na primeira fase, passada nos anos 50, que utilizou rabos-de-peixe, os automóveis da nova fase dão um charme a mais à produção e fazem com que os amantes de veículos antigos possam rever alguns clássicos sobre rodas, como o Simca Chambord, o Impala e o Aero-Willys Itamaraty.

Apesar dos acertos, uma dúvida ainda paira no ar. Ao chegar à fase final, que irá da década de 1970 até os dias de hoje, será preciso um elaborado trabalho de envelhecimento dos personagens. Como todos eles permanecerão na trama, exigência do próprio Lauro César Muniz, o trabalho dos maquiadores terá que ser muito bem realizado, uma vez que não será nada fácil fazer com que esses personagens ganhem feições envelhecidas.





Fonte: TV Press

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/276863/visualizar/