O reality show das Eleições 2006
Refiro-me aos cargos de deputados, especificamente, por serem tão abundantes em candidatos caricatos. Destes existem vários tipos, do nazista ao humorista, basta selecionar.
Humorista: O eleitor já pensou em eleger a bancada do Zorra Total? Muitos, ao invés de apresentarem propostas, insistem em usar o horário eleitoral para fazer espetáculo e usam até artifícios, como uma certa mandioca.
Show Man: Já foi eleito uma vez. É do tipo bonitinho, de fala sedutora, jovem, com idéias inovadoras e para provar que é macho, anuncia que tem aquilo roxo. Outro Fernando Collor só pleiteando uma vaga de Big Brother Brasil, agora versão sete.
Radical: Compara o Brasil a Sodoma e Gomorra. Em meio a vampiros, mensaleiros e sanguessugas, ele se posiciona contrário à prostituição, ao casamento homossexual e ao aborto. Se todos os problemas da humanidade se resumissem em tabus até que estava bom.
Isso me lembra que a Igreja Católica ainda não admite o uso da camisinha.
Religiosos: Por falar em igreja, me lembrei dos que usam o Seu santo nome em vão, contrariando o segundo mandamento da lei de Deus. Está certo, as igrejas nunca foram apartidárias, mas bom mesmo seria deixar Deus fora disso.
Sem passado: Impressionante como alguém que nunca esteve engajado nos problemas da sociedade se ache merecedor de representar o povo. “Eu, Fulano de Tal, nunca ajudei uma velhinha a atravessar a rua, mas sou formado na faculdade e peço seu voto”.
Com passado: Do tipo obscuro. Pior do que aquele que nunca fez nada é o que fez de tudo um pouco. Comprou ambulâncias (superfaturadas), gerou empregos (alguns fantasmas, outros para parentes), mas quem se lembra disso?
Protesto: Com tantos perfis fica mais fácil votar nulo, como na campanha que cresce entre os internautas. No entanto, votar nulo é economizar tempo. O real protesto seria o voto consciente e pesquisar a fundo as propostas dos candidatos. Perde-se um pouco mais de tempo, mas não se perde quatro longos anos.
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