RS: Olívio e Rigotto brigam por caixa único do governo

Os dois candidatos à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB) e Olívio Dutra (PT), estão divergindo quanto ao valor que cada um pegou emprestado do caixa único do Estado para bancar as despesas do governo. Rigotto conclui primeiro mandato em 2006 e Olívio foi governador entre os anos 1999 e 2003.

Segundo o jornal Zero Hora, a polêmica sobre os números que cada um pegou de empréstimo começou em um debate da TV COM. Quando Olívio perguntou a Rigotto qual era o saldo dos saques feitos no caixa único, Rigotto não respondeu, e o petista disse que era de R$ 3,124 bilhões. No debate do dia 28 de agosto, na TV Bandeirantes, Olívio apresentou um extrato da Secretaria da Fazenda que confirmava o saque bilionário. Prevenido contra uma nova investida, Rigotto confirmou o valor, mas contra-atacou dizendo que o seu governo havia sacado menos: R$ 1,4 bilhão contra R$ 2,7 bilhões no período petista.

O caixa único do Estado tem como nome oficial Sistema de Administração Financeira (Siac) e é a conta bancária na qual está depositado o dinheiro de todos os órgãos da administração direta e indireta do governo. O Siac foi criado com dois objetivos: concentrar dinheiro para aplicar no mercado financeiro (medida necessária na época de inflação desenfreada do início dos anos 90) e permitir que o Estado usasse com mais eficiência seus recursos.

No Siac são depositados os impostos estaduais que o cidadão paga e recursos de autarquias, como o Instituto de Previdência do Estado, e estatais, como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Quando um candidato diz que o saque alcança os R$ 3,124 bilhões, isso não quer dizer que haja um buraco no caixa único, mas apenas que este montante de recursos foi tomado do Estado por ele mesmo, e que precisa ser devolvido a conta original quando houver necessidade.