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Politica Brasil
Terça - 05 de Setembro de 2006 às 09:48

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Apesar das críticas feitas ao governo federal e ao Partido dos Trabalhadores, a orientação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Mato Grosso é para que seus membros votem na senadora Serys Slhessarenko (PT) para o governo do Estado. Para a Presidência da República, a orientação é votar em qualquer candidato de esquerda em repúdio ao possível retorno do PSDB ao poder.

Segundo os líderes do movimento, que agrega hoje cerca de 10 mil famílias, entre assentados e acampados em Mato Grosso, a candidata petista é a única entre os que estão colocados que representa um projeto popular. “Blairo Maggi e Antero significam um retrocesso”, disse um dos coordenadores do MST, Altamiro Stochero.

“A Serys ainda faz a diferença, o grupo de Blairo Maggi [PPS] governa para 10 mil famílias e o PSDB acabou com o serviço público. Dentro deste contexto, a Serys é a melhor opção para o povo”, acrescentou outro coordenador, Vanderly Scarabeli.

Para os líderes do MST, as denúncias que pesam contra a senadora não passam de perseguição política. “Até porque, se foi o genro que fez o que fez, é responsabilidade dele. Se ele negociou com a Planam, isso é problema dele, não da senadora”, disse Stochero ao ponderar que as acusações não influenciam na credibilidade da senadora.

Já com relação à Presidência da República, as lideranças não têm a mesma convicção. “A contribuição que o governo Lula vai dar ao povo é a desilusão em torno da eleição”, resumiu Vanderly Scarabeli ao ressaltar que o MST não orienta o voto em Lula, mas em candidatos da esquerda. “A tendência é que o segundo mandato de Lula seja pior do que o primeiro”, disse. Segundo ele, quem sustenta o governo de Lula é o capital financeiro e os beneficiários do Bolsa Família.

Na sua avaliação, o voto em candidatos de esquerda evita o retorno do PSDB ao poder, no entanto, não representa a contemplação das lutas do movimento. “Toda a esquerda adotou o projeto neoliberal”, argumentou o líder sem terra. Ele acrescentou que a única esperança é a mobilização social, independente do governo que assumir o poder em 2007.

Na expectativa dos líderes do MST, os votos dos integrantes do movimento vão se dividir entre Lula e Heloísa Helena (PSOL). “O Lula não cumpriu as promessas acertadas publicamente, mas também não criminalizou o MST, como fez o governo do Fernando Henrique Cardoso (FHC) e como já sinaliza Alckmin”, disse Altamiro Stochero. “No governo de FHC foi quando ocorreu a maior onda de assassinatos e prisões de trabalhadores rurais”, ressaltou.

Ainda conforme Stochero, o MST não está se envolvendo diretamente nas eleições em função desta desilusão provocada pelo governo petista, que não cumpriu suas promessas.

Desde a sua criação, em janeiro de 1984, no município de Cascavel (PR), o MST sempre apoiou as sucessivas candidaturas de Lula à Presidência da República.





Fonte: Diário de Cuiabá

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