PT tenta justificar fracasso eleitoral com medidas judiciais restritivas

O próximo retumbante fracasso eleitoral do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso, que vem sendo apontado por diversas pesquisas eleitorais, já começa a ser justificado pela direção partidária. Envolvido em meio a escândalos inimagináveis até então, tais como o esquema ilegal de financiamento de campanhas políticas e depois o “mensalão”, em nível nacional, e, em nível regional, a suspeita do envolvimento de sua candidata ao Governo do Estado, Serys Slhessarenko, no esquema dos “sanguessugas”, o PT decidiu acionar empresas de comunicação – entre elas o site 24 Horas News - de realizar propaganda política irregular.

Na representação, a direção do PT tenta sustentar – em inverdades, evidentemente – que o site estaria utilizando da internet para fazer propaganda disfarçada de matéria jornalística em favor do governador Blairo Maggi, do ex-prefeito Rodrigues Palma e do candidato ao Senado Federal, Jaime Campos. A acusação dos petistas chega às raias da subjetividade quando coloca os demais veículo de comunicação online no mesmo patamar de acusação. “Assim que formos notificados, vamos mostrar que isso é uma inverdade” – frisa Arnaldo Souza Marques, diretor de 24 Horas News.

A ação petista, a rigor, demonstra uma desesperada tentativa de criar fatos ao inverso daqueles que deveriam fazer em favor de seu principal objetivo político-partidário, qual seja, o de projetar com ênfase suas candidaturas. Desde que se projetou na disputa eleitoral, o nome da senadora Serys, no entanto, jamais conseguiu avançar no gosto dos eleitores. As desconfianças quanto aos procedimentos da sigla e de seus componentes, conforme atestam as pesquisas, sempre se constituíram num referencial negativo. Prova é a tentativa de restringir a informação – atitude, aliás, que vem se tornando comum dentro dos procedimentos jurídicos da sigla.

Por mais espaço que tenha tido, a senadora petista e o seu partido não conseguiram convencer os eleitores de que se trata da melhor nome para governar Mato Grosso. Até porque grande parte do espaço no noticiário tem sido usado pela senadora para tentar explicar as intrincadas ligações entre suas atividades parlamentares que apontam ligações com a Planan, de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, responsável por operar o esquema dos “sanguessugas”. Até aqui, verdadeiramente, Serys e o PT não conseguiram convencer de que tudo seja uma mantira e que é uma inverdade maior os supostos negócios entre Trevisan Vedoin e o genro da senadora, Paulo Roberto Ribeiro.

Além das pesquisas eleitorais, outro indicativo de que a candidatura da senadora Serys vai de mal a pior estão nas finanças. O comitê financeiro do PT na campanha registrou até agora uma arrecadação de R$ 100,5 mil. Para chegar ao Governo de Mato Grosso, a previsão feita pelo próprio PT foi de R$ 3 milhões. Faltam apenas 25 dias para a eleição – o que demonstra que é provável que a sigla termine a campanha com um lastro de dívida considerável.

Vale observar, por outro lado, que 24 Horas News já foi acusado – em vão - de favorecer jornalisticamente outras candidaturas. O primeiro a reclamar do tratamento da informação foi o senador Antero de Barros, do PSDB, por ter sido destacado por seu envolvimento com a “máfia das ambulâncias”. Depois, a assessoria do próprio governador Blairo Maggi criticou notícias veiculadas pelo site de que poderia enfrentar o Tribunal de Ética do PPS por causa das alianças com partidos liderados por suspeitos de envolvimento também com a “máfia” organizada por Trevisan Vedoin. Agora, é a vez da senadora petista. “O que depreende disso tudo é que procuramos fazer jornalismo. Às vezes erramos, é verdade. Porém, na grande maioria das vezes acertamos” – acentua Marques.