Mercadante manda recado a Serra; tucano nega pacto com Lula
"Isso não passa de cortina de fumaça no processo eleitoral. Quando falam o que vão fazer depois da eleição pretendem dar a idéia de que Lula vai ganhar", afirmou o candidato tucano nesta segunda-feira durante campanha pelo bairro de Perus, zona norte da capital paulista.
Lula e Serra lideram com folga as pesquisas de intenções de voto para a Presidência da República e para o governo de São Paulo, respectivamente. Ambos venceriam no primeiro turno se a eleição fosse hoje, segundo os principais institutos.
Mas Mercadante está convicto de que chegará ao segundo turno. Para isso, ele disse que pretende trabalhar com "humildade" e apresentar propostas. E voltou a criticar a ausência de Serra nos debates. "Se ele realmente respeita todos os adversários devia estar no debate discutindo, e não fugindo da discussão democrática", alfinetou o senador.
Mercadante comparou sua situação com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2002. Para ele, Serra --então candidato do PSDB-- representava a continuidade das duas gestões de Fernando Henrique Cardoso. Apesar do medo da mudança, explicou o senador, o povo optou por Lula.
"Eu só quero que São Paulo me dê quatro anos, que eu vou fazer como o Lula. Em três anos e meio, fez muito mais do que o Fernando Henrique Cardoso. Eu vou fazer muito mais que os 12 anos de governo do PSDB em São Paulo", afirmou Mercadante.
Por sua vez, Serra está confiante na possibilidade de um segundo turno no âmbito federal, com o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, disputando a Presidência com Lula.
Sobre o eventual pacto de governabilidade, caso seu partido saia derrotado na disputa ao Planalto, o tucano desconversou. Perguntado se teria boas relações com o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B), que teria sido designado a manter diálogo com ele, o ex-prefeito de São Paulo brincou dizendo que a afinidade é por conta de os dois serem torcedores do Palmeiras.
A aproximação de petistas com tucanos não atingiria somente o Estado de São Paulo. Interlocutores do governo Lula querem manter ainda diálogo com o governador mineiro Aécio Neves, que tenta a reeleição.
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