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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 04 de Setembro de 2006 às 16:33

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Falta menos de um mês para as eleições brasileiras e, conscientes de sua perda de prestígio na Europa devido aos escândalos de corrupção, os líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) se esforçam para explicar a este lado do Atlântico as prioridades do provável segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Os objetivos do PT são a reeleição de Lula e a criação de condições para que seu segundo mandato seja mais avançado, mais progressista e mais democrático", declarou nesta segunda-feira em Paris Valter Pomar, secretário internacional do PT.

Depois de se reunir em Portugal com líderes socialistas, comunistas e ecologistas, Pomar fez uma escala na capital francesa, onde teve reuniões com autoridades políticas e um encontro com jornalistas.

"Evidentemente, as eleições presidenciais estão na agenda de todos estes encontros. Não tenho a pretensão de melhorar a imagem de Lula. As pesquisas mostram que o povo brasileiro tem uma visão do presidente oposta à que a imprensa tentou divulgar", garantiu.

O enviado do PT admitiu que "há um clima de nervosismo muito grande na oposição" brasileira. "A não ser que ocorra um fato extraordinário, será muito difícil que a oposição vença. É verdade que nossos adversários estão se esforçando para produzir algo extraordinário e não conseguem entender como depois de tantos ataques, Lula continua na frente", afirmou Pomar.

De acordo com uma pesquisa do instituto Vox Populi divulgada recentemente, Lula, de 60 anos, conta com 50% das intenções de voto contra 25% de seu principal adversário, Geraldo Alckmin. "Grande parte da imprensa brasileira é crítica com o PT e vaticina uma derrota flagrante no Congresso Nacional (onde o PT não tem maioria). Acreditamos que na pior das hipóteses nos manteremos no nosso nível atual", previu.

Pomar atribuiu estes ataques da oposição ao "ódio de classes". "Lula é um presidente eleito democraticamente, vem do povo e lidera um partido socialista. É normal que a direita, a burguesia ou o capitalismo nos vejam com desconfiança, embora isso não os autorize a ter uma linguagem próxima ao golpe de Estado", lembrou.

Segundo o líder do PT, a reputação do partido sempre foi negativa em uma parte do Brasil. "Mas estamos falando do partido de maior adesão popular, que tem a simpatia de 25% dos cidadãos em um país em que 60% da população não está interessada em política", declarou.

Meses depois de a reeleição de Lula e, inclusive, sua candidatura terem estado seriamente comprometidas por escândalos de corrupção que atingiram em cheio o PT, Pomar quis deixar claro na França que "o ocorrido e o contado pela imprensa são coisas diferentes".

"Houve manipulação e exagero em alguns fatos que não podemos negar e que são gravíssimos. A corrupção atinge todos os governos e era ingênuo pensar que nós estávamos a salvo", lamentou o secretário internacional do PT.

Apesar dos índices macroeconômicos positivos dos últimos anos terem ajudado Lula, Pomar admitiu que o governo tem sido 'cauteloso' em matéria monetária, o que pode ser interpretado como uma política de continuidade de governos anteriores de direita.

"Neste segundo mandato haverá mais políticas monetárias progressistas e menos continuidade. Não se deve esquecer também que desde 2002, os empresários têm tido lucros, mas o nível de vida da população mais necessitada também melhorou", lembrou.

Pomar também defendeu Lula das críticas que recebeu por não ter participado recentemente de um debate eleitoral junto com os seis outros candidatos à Presidência. "Um debate a sete teria se transformado em uma luta de seis contra Lula. Lula é candidato, mas também é presidente e foi chamado inadequadamente de ladrão. Não vamos expô-lo a situações parecidas", assegurou.

O secretário considerou que no Brasil, a imprensa não está "democratizada" devido em parte à concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos. "É necessário institucionalizar medidas para estimular a democracia na imprensa, mas o PT não está pensando em criar novas TVs, rádios ou periódicos", concluiu.





Fonte: Agência Estado

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