Sonda européia encerra missão ao chocar-se com a lua
A Smart 1 também produziu mapas detalhados da constituição química da lua para ajudar a refinar teorias sobre sua criação.
Às 5h42 no horário GMT (2h42, no horário de Brasília), a sonda caiu em uma planície vulcânica chamada de Lago da Excelência.
Com uma velocidade de impacto de cerca de 7,2 mil km/h, acredita-se que a violência do choque tenha sido tão intensa que astrônomos puderam observá-lo da terra.
Detalhes da lua
Astrônomos agora analisam uma plumagem de "solo" lunar fresco, ou regolito, que foi agitado com o choque. Eles também estavam tentando observar o clarão provocado no momento da queda da sonda na lua.
Estima-se que o impacto deixou uma cratera de diâmetro entre 3 metros e 10 metros na superfície lunar, espalhando escombros em uma área de 78 quilômetros quadrados.
"Como planejado, a Smart 1 pousou", disse o professor Bernardo Foing, cientista de projeto da missão, da Agência Espacial Européia.
"Tudo funcionou até o fim, portanto, foi uma missão maravilhosa e um grande sucesso. Nossa sonda forneceu muitas informações novas", disse o líder da missão, Gerhard Schwehm.
Neste sábado, controladores da missão tiveram de aumentar a órbita (a trajetória descrita por um astro em torno de outro) da Smart 1 em 600 metros para evitar que ela se chocasse com a extremidade de uma cratera ao chegar à lua.
Caso a órbita não fosse elevada, a Smart 1 teria caído uma órbita antes da hora - o que faria o impacto difícil ou impossível de ser observado.
Motor iônico
Uma frota de robôs deve agora visitar a lua nos próximos anos e, provavelmente em 2020, uma equipe de astronautas americanos deve voltar à superfície lunar pela primeira vez após as missões Apolo.
A Smart 1 foi lançada em setembro de 2003 e tornou-se a primeira missão científica espacial européia a usar um motor iônico, em vez de um movido a combustível químico, para chegar a seu destino.
Trata-se de uma forma de motor de funcionamento contínuo, com baixo empuxo, que utiliza eletricidade gerada por painéis solares para produzir um feixe de partículas carregadas que empurram a nave para a frente.
O motor provou ser altamente eficiente, percorrendo 100 milhões de quilômetros utilizando apenas 60 litros de "combustível".
A partir de agora, um motor iônico será instalado na maioria das futuras espaçonaves européias, como a missão BepiColumbo para Mercúrio.
A Smart 1 fez mapas minerais da composição da lua, mostrando a distribuição de cálcio, magnésio, alumínio, silício e ferro.
Saber a quantidade exata destes elementos vai ajudar a refinar teorias sobre a formação da lua.
"A Smart 1 agora vai descansar em paz na lua", disse Foing.
"Estamos agora colaborando com a comunidade internacional, preparando o caminho para a futura exploração da lua - a próxima frota de robôs; levando a vilas de robôs e bases humanas."
Comentários