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Internacional
Sábado - 02 de Setembro de 2006 às 09:44

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Quatorze peregrinos paquistaneses e indianos xiitas foram sequestrados e mortos no deserto no oeste do Iraque, disse a polícia no sábado, um dia após o Pentágono ter avisado que os confrontos sectários no país haviam criado o risco de guerra civil.

Os onze paquistaneses e três indianos, todos homens, estavam viajando por locais sagrados para os xiitas no Iraque na quinta-feira quando foram atacados na província de Anbar, principal centro da insurgência sunita, disseram autoridades iraquianas e indianas.

Uma autoridade do hospital Al-Hussein, na cidade sagrada xiita de Kerbala, para onde os corpos foram levados na sexta-feira, disse que os quatorze homens estavam com as mãos amarradas e haviam sido mortos com um tiro na cabeça.

O Paquistão afirmou ter condenado os assassinatos e alertou seus cidadãos para que não viagem para o Iraque.

Um ataque contra um santuário xiita em fevereiro provocou o início do derramamento de sangue entre a maioria muçulmana xiita e a minoria sunita, que era politicamente dominante sob o regime de Saddam Hussein e agora forma a espinha dorsal da insurgência no país.

A análise de 63 páginas do Pentágono divulgada na sexta-feira diz que "condições que podem levar a uma guerra civil existem no Iraque." "No entanto, a atual violência não é uma guerra civil, e o movimento em direção a uma guerra civil pode ser evitado", acrescentou o relatório.

O aumento das forças de segurança iraquianas tem sido um elemento-chave na estratégia norte-americana para ajudar a reforçar a autoridade do governo do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki, que até agora não conseguiu conter a violência.

Peregrinos xiitas são alvos frequentes dos insurgentes, e autoridades indianas e paquistanesas disseram ter emitido alertas contra viagens ao Iraque.

ALERTA IGNORADO

"Havíamos emitido muito antes um alerta contra viagens ao Iraque. Sinto que tenha sido ignorado", disse à Reuters o vice-ministro das Relações Exteriores, E. Ahamed.

Ahamed disse que as quatorze vítimas faziam parte de um grupo maior de quarenta pessoas que haviam cruzado a fronteira para o Iraque após visitar locais sagrados na Jordânia e na Síria.

Para chegar a Kerbala, eles tiveram que cruzar o deserto da província de Anbar, onde a rebelião sunita é mais intensa.

Ahamed disse que atiradores pararam o comboio e separaram os homens das mulheres no grupo, que incluía 14 indianos e 26 paquistaneses. A polícia encontrou os corpos dos homens na província vizinha de Kerbala no dia seguinte.

O relatório do Pentágono disse que o conflito central no Iraque havia mudado de uma batalha contra insurgentes para a luta cada vez mais sangrenta entre xiitas e sunitas.

Os Estados Unidos aumentaram sua força iraquiana para 140 mil soldados, o maior número desde janeiro, com 15 mil soldados de combate em Bagdá, para tentar impedir que o conflito se torne uma guerra civil.





Fonte: Reuters

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