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Internacional
Sexta - 01 de Setembro de 2006 às 12:00

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Mais de 800 mil pessoas participaram dos exercícios de prevenção a terremotos realizados hoje no Japão, os quais, pela primeira vez, tiveram a participação de militares dos Estados Unidos e de equipes de salvamento sul-coreanas.

A data para realização dos exercícios não foi escolhida por acaso. Neste mesmo dia, em 1923, o Grande Terremoto de Kanto, que atingiu 7,9 graus na escala Richter, destruiu grande parte de Tóquio e de Yokohama.

Cerca de 140 mil pessoas morreram no dia 1º de setembro daquele ano e nas semanas seguintes devido à destruição e ao fogo resultantes do abalo sísmico.

Por coincidência, hoje foi registrado um tremor de 5,7 graus na província de Kagoshima, no sudoeste do país, mas não foram divulgadas informações sobre vítimas ou danos materiais.

As manobras, simulações e exercícios preventivos, das quais participaram 800 mil pessoas, reproduziram um cenário no qual um terremoto de entre 7,3 e 8 graus sacode as baías de Tóquio e Suruga, no leste e no centro do país, respectivamente.

A possibilidade de um tremor dessa magnitude é alta em um país localizado entre quatro placas tectônicas e com um longo histórico de terremotos.

Todo ano, ocorrem no Japão mais de 5 mil abalos de 3 ou mais graus na escala Richter, ou seja, 20% de todos os que ocorrem no planeta.

O motivo para tanta preocupação é mais do que justificado.

Segundo especialistas, entre os próximos 100 e 200 anos, um terremoto de mais de 8 graus deverá afetar a região Tóquio destruindo-a totalmente.

Também está previsto, para muito antes desse período, um tremor de cerca de 7 graus que poderia matar 7 mil pessoas. Por estes motivos, a prevenção contra abalos é matéria obrigatória nas escolas e a sensação de que o solo pode se mexer a qualquer momento é constante em Tóquio.

Nem todas as construções da capital - nem do resto do país - estão projetadas para resistir a terremotos de 6,4 ou 6,5 graus na escala Richter.

O terremoto de 6,2 graus que ocorreu em Tóquio em julho do ano passado deixou claro que um movimento mais forte pode causar uma catástrofe muito maior do que a ocorrida em Kobe em 1995.

No dia 17 de janeiro desse ano, um abalo de 7,3 graus devastou essa cidade do sudoeste do Japão e matou 6.400 pessoas, muitas delas carbonizadas nos incêndios que ocorreram logo após o tremor.

A causa dessa destruição foi a profundidade do tremor, conhecido como o Grande Terremoto de Hanshin. Seu epicentro foi localizado a apenas dez quilômetros da superfície, na ilha Awaji, no sudoeste de Kobe.

Os exercícios de evacuação e de determinação de logísticas estratégicas foram feitos em uma simulação na qual o epicentro do terremoto encontrava-se muito próximo da superfície.

Uma fragata da VII Frota dos EUA participou da simulação retirando empregados do Governo Metropolitano de Tóquio para a base aérea americana de Yokota, onde está, desde 2001, um dos principais depósitos de artigos de primeira necessidade da cidade.

É a primeira vez que soldados americanos uniformizados participaram de exercícios deste tipo.

Em outro exercício da simulação, navios das Forças de Autodefesa do Japão transferiram mil de pessoas para o porto de Chiba, província a leste de Tóquio.

Os exercícios navais são fundamentais para determinar os problemas que podem ocorrer em uma eventual retirada em massa da população caso ocorra um grande terremoto em Tóquio.

O Governo da capital considera que um sismo de 7,3 graus de magnitude poderia deixar 4 dos 12 milhões de habitantes de Tóquio, que estariam em seus locais de trabalho, sem meios para retornar a seus lares.

Também participou da simulação uma grande equipe de resgate da Coréia do Sul, país vizinho ao Japão que deixou de lado os problemas políticos e territoriais entre os dois países para enfrentar este desafio comum.

Outro protagonista deste dia foi o primeiro-ministro, Junichiro Koizumi, que consultou por videoconferência o presidente do Banco Central do Japão, Toshihiko Fukui, para saber se a capacidade financeira da segunda economia do mundo não seria muito afetada por uma catástrofe como um grande terremoto.





Fonte: EFE

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