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Politica Brasil
Quinta - 31 de Agosto de 2006 às 01:44
Por: Rose Domingues

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Quatro dias antes de ser assassinada com três tiros pelo ex-companheiro, Jussandra Alves de Paula, 21, registrou denúncia na Delegacia Municipal de Várzea Grande por ter sido, junto com o filho de 1,8 ano, espancada por Wagner Silva Coelho, 21, de quem estava tentando se separar. Ela foi morta na terça-feira na frente da creche onde a filha de 5 anos estuda, no bairro Asa Branca, com a guia de solicitação para o Exame de Corpo de Delito dentro da bolsa.

Dois boletins de ocorrência foram confeccionados, um deles por volta das 23 horas de sexta-feira (25), quando Jussandra compareceu à delegacia para relatar a agressão física sofrida naquele dia. O outro na segunda-feira (28), registrado pelo patrão da jovem, Hassan Zaki Fares, 23, que foi ameaçado de morte no domingo (27), por volta das 11 horas, quando acompanhou a jovem até a residência dela para buscar algumas peças de roupas.

Segundo o delegado Luiz Fernando da Costa, que está provisoriamente à frente do setor de Defesa da Mulher na Delegacia Municipal, ela foi novamente até lá na terça-feira, algumas horas antes de ser executada, para dizer que faria os exames e voltaria para prestar mais esclarecimentos sobre as ameaças no máximo até quarta-feira, que foi ontem, tarde demais.

A irmã da vítima, Juciane de Paula, 27, diz que é um absurdo alguém morrer mesmo depois de denunciar à polícia que estava sendo ameaçada. "Ela ficou desesperada, a quem deveria ter recorrido? Não entendo a Justiça". Conta ainda que a irmã se envolveu com Wagner há cerca de um ano, mas faz pouco tempo que a família descobriu a violência que ela e as crianças (filhos apenas de Jussandra) passavam com ele.

A diretora da creche, visivelmente abalada, Aparecida Godinho, explica que a filha da jovem começou a apresentar comportamento estranho nos últimos 15 dias. Tinha um medo terrível da mãe ir embora e não voltar mais. "Chamei a Jussandra para conversar exatamente no dia da tragédia, ela chegou a se abrir comigo e pediu para não deixar a menina ir embora com ele".

Juciane acredita que o assassinato tenha sido premeditado, já que ele estaria rondando a jovem e teria dito a amigos deles em comum que a mataria. "Ele vem de uma família desestruturada, o pai dele se suicidou no final do ano passado".

A primeira vítima do ataque do marido, que aconteceu no final da tarde de terça-feira, foi Ringo de Azevedo Duarte, 23, que a família afirma ter ido a pedido do patrão de Jussandra acompanhá-la até a creche devido as ameaças. Não haveria nenhum tipo de relacionamento entre os dois. A equipe de reportagem foi até o Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande e constatou que, apesar de ter sido atingido por um tiro na região do abdome, ele está fora de perigo. Ele inclusive está conversando, mas preferiu não prestar esclarecimentos à imprensa.




Fonte: A Gazeta

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