Los Hermanos entram em estúdio em março de 2007
Vocês foram indicados a duas categorias do VMB 2006. Existe uma preocupação com a mensagem passada nos seus clipes?
Bruno Medina - Qualquer coisa que façamos imprime uma mensagem, porque as pessoas estão sempre lendo, sempre interpretando. Ao mesmo tempo, se ficarmos preocupados com isso, essa cautela pode gerar uma espécie de autocensura. O que fazemos é deixar que essa preocupação seja uma conseqüência e nunca a causa. No caso dos clipes, pelo menos no indicado, não existe nenhuma mensagem, se é que é possível...
No dia 28 de agosto, vocês fizeram o centésimo show da turnê 4. Como vocês avaliam a receptividade a esse trabalho pelos lugares por onde vocês passaram?
A princípio ficamos muito apreensivos em relação a receptividade desse disco por considerar que esse foi o que representou a maior ruptura com os demais. Ele é mais lento, mais introspectivo, e isso poderia afetar a estrutura dos shows. O que aconteceu, para nossa surpresa, foi que esse repertório foi acolhido sem distinção e a turnê acabou sendo muito maior do que imaginávamos. Vamos parar em dezembro porque estamos cansados depois de um ano e meio de shows.
Recentemente, o Los Hermanos fez uma turnê por Portugal. Como surgiu o convite? Vocês pensam em fazer algum trabalho especial para o mercado estrangeiro?
Essa foi a oitava vez que nos apresentamos em Portugal. O primeiro convite foi em 2003 e não foi exatamente um início representativo, mas acredito que soubemos encontrar os parceiros certos e aproveitar as oportunidades. As coisas estão caminhando em Portugal, num ritmo muito menos veloz do que estamos acostumados aqui no Brasil, mas temos feito progressos notáveis por lá. Não existe a idéia de fazer trabalho algum em específico para o exterior, acho que o caso é deixar acontecer. Nesse ano já fomos duas vezes a Portugal e ainda vamos a Londres e Buenos Aires nos próximos meses.
Do primeiro disco que vocês lançaram até o 4, o que mudou na sonoridade da banda?
Tudo. Mudamos nós também e acho que isso implica nas mudanças que ocorreram na nossa sonoridade. Nós somos uma banda que absorve as mudanças, o passar do tempo, e nunca tivemos medo que isso afetasse nossa produção, pelo contrário, sempre consideramos que amadurecer seria ótimo.
Por que vocês optaram por mudar o set list de suas apresentações faltando quatro meses para o encerramento da turnê?
Porque acabamos voltando várias vezes em algumas cidades e achamos que seria interessante poder apresentar outras músicas. Ano que vem faremos 10 anos de banda, são mais de 50 músicas, sempre é possível mexer um pouco, até para se tornar menos sistemático para nós mesmos.
Agora que vocês estão encerrando a turnê do disco 4, já há uma previsão para o lançamento do próximo álbum? Vocês pretendem fazer algo novo? O próximo disco deve sair no segundo semestre do ano que vem. Não temos tido tempo algum para pensar nele, mas pretendemos começar os trabalhos em março.
Os discos de vocês sempre são temáticos, como vocês escolhem esses temas?
Isso ocorre naturalmente, as músicas puxam o conceito, depois é só ouvir e tentar amarrar, fazer aquelas músicas soarem como um disco. Acho que essa é a parte mais fascinante do nosso trabalho: encontrar coerência no acaso.
Esse ano teremos eleições para presidente. O que você falaria para os jovens que vão votar pela primeira vez?
Procurem se informar sobre os candidatos. Com a internet, ficou fácil estar informado. O julgamento é individual, cada um vota com a sua consciência e a informação é indispensável para que o voto seja um instrumento de transformação.
Como você avaliam a atual situação do cenário musical brasileiro?
As coisas estão sempre mudando mas acredito que nos últimos cinco anos mudaram como nunca. A pirataria e a internet fizeram surgir novos parâmetros e o mercado ainda está se acostumando com isso. A democratização dos meios de produção musical têm proporcionado o surgimento de muitas bandas e isso é ótimo.
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