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Eleição de desesperados
A eleição presidencial de 2006 está revelando abertamente que existe um país dos políticos e uma nação dos cidadãos.
Ontem o senador Antonio Carlos Magalhães deu um claro exemplo disso em Brasília. Ontem, durante conversa dos jornalistas com o presidente do PSDB, senador Tasso Jeireissati, sobre porque o candidato Geraldo Alkmin não sobe nas pesquisas, o velho senador baiano deu a fórmula: “bate no Lula”.
Ora, será que os eleitores querem que alguém bata em alguém? A lógica diz que não, porque quando os candidatos batem uns nos outros, com razão ou não, eles estão brigando pelos seus próprios interesses. Não o dos cidadãos.
ACM é um velho brigador, e um conhecido coronel da política. Os coronéis trabalham para si e não para os interesses da coletividade. Alkmin não decola, porque não decola. Possivelmente, se ele bater muito no adversário do PT, suba alguns pontos na pesquisa, mas vai constranger os seus eleitores. É desagradável ver alguém agredir. Em geral, tomam partido do agredido. Brasileiro adora vítimas.
Com o esgotamento dos partidos políticos, ninguém, nem mesmo o presidente Lula, a rigor, representa um partido. Todos os candidatos representam coligações ou a si mesmo. Lula, por exemplo, é candidato de si mesmo. Perdeu o PT no meio do caminho quando viu que o partido era um estorvo na sua vida e na sua administração. Abriu espaços de conveniência para o PMDB e outros partidos de aluguel, mas comanda com mão de ferro o destino de sua eleição e de seu quase certo próximo governo.
Os demais candidatos, também são candidatos de facções dos partidos, como é o caso do próprio Alkmin que tem mais adversários dentro do que fora do PSDB. Ou de Cristovam Buarque, candidato de si mesmo, ou de Heloisa Helena que está se divertindo muito exercitando o seu alter-ego petista perdido em 2004.
Está cada dia mais claro que esta eleição envolve muito pouco o eleitor. Os candidatos estão falando de si para si mesmos. Não envolvem a sociedade num projeto de nação. Todos falam contra a corrupção e a falta de ética, mas por absoluto dever de ofício, porque sabem que ao chegar lá na presidência da República terão que fazer todas as concessões se quiserem governar. Eles sabem e os eleitores também. Isso explica esse clima de desalento eleitoral.
Ninguém fala na construção modelo real de política nova para o país. Não se acena com clareza sobre a reforma partidária. Ninguém garante uma reforma tributária. Ninguém aprofunda a discussão sobre uma inevitável reforma da previdência. Ninguém diz como se relacionará com um Congresso Nacional parcialmente renovado e despreparado. Ninguém diz com que tipo de ética trabalhará (como se fosse possível ter mais de um modelo de ética). E ninguém diz que governará para transformar o Estado em agente da nação.
O que todos falam mostra de maneira absolutamente clara o endividamento, obras que julgam necessárias, etc. Ninguém fala em abrir mão de recursos para fortalecer estados e municípios. Esta é, enfim, uma eleição de desesperados em busca de um bom emprego público!
Onofre Ribeiro é jornalista em Cuiabá.
Ontem o senador Antonio Carlos Magalhães deu um claro exemplo disso em Brasília. Ontem, durante conversa dos jornalistas com o presidente do PSDB, senador Tasso Jeireissati, sobre porque o candidato Geraldo Alkmin não sobe nas pesquisas, o velho senador baiano deu a fórmula: “bate no Lula”.
Ora, será que os eleitores querem que alguém bata em alguém? A lógica diz que não, porque quando os candidatos batem uns nos outros, com razão ou não, eles estão brigando pelos seus próprios interesses. Não o dos cidadãos.
ACM é um velho brigador, e um conhecido coronel da política. Os coronéis trabalham para si e não para os interesses da coletividade. Alkmin não decola, porque não decola. Possivelmente, se ele bater muito no adversário do PT, suba alguns pontos na pesquisa, mas vai constranger os seus eleitores. É desagradável ver alguém agredir. Em geral, tomam partido do agredido. Brasileiro adora vítimas.
Com o esgotamento dos partidos políticos, ninguém, nem mesmo o presidente Lula, a rigor, representa um partido. Todos os candidatos representam coligações ou a si mesmo. Lula, por exemplo, é candidato de si mesmo. Perdeu o PT no meio do caminho quando viu que o partido era um estorvo na sua vida e na sua administração. Abriu espaços de conveniência para o PMDB e outros partidos de aluguel, mas comanda com mão de ferro o destino de sua eleição e de seu quase certo próximo governo.
Os demais candidatos, também são candidatos de facções dos partidos, como é o caso do próprio Alkmin que tem mais adversários dentro do que fora do PSDB. Ou de Cristovam Buarque, candidato de si mesmo, ou de Heloisa Helena que está se divertindo muito exercitando o seu alter-ego petista perdido em 2004.
Está cada dia mais claro que esta eleição envolve muito pouco o eleitor. Os candidatos estão falando de si para si mesmos. Não envolvem a sociedade num projeto de nação. Todos falam contra a corrupção e a falta de ética, mas por absoluto dever de ofício, porque sabem que ao chegar lá na presidência da República terão que fazer todas as concessões se quiserem governar. Eles sabem e os eleitores também. Isso explica esse clima de desalento eleitoral.
Ninguém fala na construção modelo real de política nova para o país. Não se acena com clareza sobre a reforma partidária. Ninguém garante uma reforma tributária. Ninguém aprofunda a discussão sobre uma inevitável reforma da previdência. Ninguém diz como se relacionará com um Congresso Nacional parcialmente renovado e despreparado. Ninguém diz com que tipo de ética trabalhará (como se fosse possível ter mais de um modelo de ética). E ninguém diz que governará para transformar o Estado em agente da nação.
O que todos falam mostra de maneira absolutamente clara o endividamento, obras que julgam necessárias, etc. Ninguém fala em abrir mão de recursos para fortalecer estados e municípios. Esta é, enfim, uma eleição de desesperados em busca de um bom emprego público!
Onofre Ribeiro é jornalista em Cuiabá.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/278914/visualizar/
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