Juarez Barros luta pela igualdade social
Ex-vereador do município, Juarez Barros, trabalha há mais de dez anos na luta pela reforma agrária e oportunidade aos menos favorecidos. Em Nortelândia, participou ativamente do assentamento de mais de 300 famílias nas glebas Barreirão e São Francisco. Em Cuiabá, foi um dos precursores da reestruturação do Hospital Adauto Botelho, humanizando um local que era de abandono e descaso.
Membro da Associação dos Trabalhadores Rurais Sem Terra “Movimento Terra, Trabalho e Progresso”, professor da UFMT, psicólogo, especializado em gestão pública, saúde mental e saúde pública, Juarez falou da importância de se tornar mais ativo o movimento pela desapropriação da Fazenda Arrossensal. “Numa área territorial de 1.351 km2, o Grupo Camargo Corrêa detêm 710 km2, correspondendo mais de 50% do município e empregando, somente, 150 funcionários”, analisou.
Barros acredita que o momento é de união entre a Associação dos Trabalhadores Rurais Sem Terra “Movimento Terra, Trabalho e Progresso” e o Movimento dos Sem Terra (MST) para fortalecer a luta das famílias. “A divisão das terras é algo de âmbito nacional. É uma fazenda improdutiva socialmente, que gera pouco emprego e não fomenta a economia local. A população passa por dificuldades e a região está carente em diversos setores”.
Há um ano e meio, cerca de quinhentas pessoas do Médio Norte se reúnem, quinzenalmente, para discutir e reivindicar um pedaço de terra para trabalhar. O Incra já foi acionado, mas devido a greve, demonstra morosidade nas ações. “É preciso mobilizar a sociedade e os poderes públicos fazendo passeatas ou acampando para dar maior visibilidade ao movimento”, afirmou Juarez.
Com 5.478 habitantes, o município apresenta um alto índice de emigração. Observa-se pela cidade muitos imóveis abandonados. Outro problema notório são os suicídios: cerca de cinco por ano – fator também apontado pelo candidato.
Como psicólogo, ele também ressaltou problemas sobre a reduzida auto-estima da população decorrente da falta de emprego e perspectiva de crescimento: “ainda existe a exploração sexual infantil e o consumo exagerado de drogas. Já levantamos a proposta de colocar uma indústria. Se o Grupo Camargo Corrêa tem 50 ou 60 mil cabeças de gado, seria justo que estruturassem um frigorífico, por exemplo”.
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