Candidato indicado por CPI das Sanguessugas renuncia
"Foi uma questão de lealdade a eles (partidários)", disse Maranhão sobre a renúncia. Ele está entre os 72 parlamentares indicados pela CPI das Sanguessugas por envolvimento no esquema de corrupção. Os processos serão julgados pelo Conselho de Ética da Câmara.
O deputado federal confessa que o fato do tio ser candidato a governador pesou em sua decisão. "Nós precisávamos tomar uma decisão pensando no futuro do Estado da Paraíba, pensando na solidez e no crescimento da candidatura do senador José Maranhão que estava sendo atacada por vias indiretas através dessa acusação caluniosa que foi feita contra o meu nome", alega se referindo ao escândalo das ambulâncias superfaturadas, também conhecido como "sanguessugas".
Benjamim Maranhão explica que não teria tempo de se defender antes das eleições. "Sofremos um processo de verdadeiro linchamento na mídia nacional. É uma coisa degradante e acredito que a dignidade do homem tem que está acima de qualquer coisa. Eu não sou um carreirista, não sou pego aos favores do poder e não iria, de maneira nenhuma, colocar o projeto pessoal acima do interesse maior do Estado da Paraíba".
Para completar, o parlamentar aconselha outros em situação semelhante à sua a fazer o mesmo por uma questão ética. "Porque quem realmente tem um trabalho realizado, uma base política forte, a qualquer momento pode se retornar à vida pública e até mais fortalecido depois de provar sua inocência", resume.
Benjamim já desconfia para onde os votos que seriam destinados ele irão migrar. "Tenho uma base eleitoral que é extramente ligada ao PMDB, então, eu acredito que eles irão votar em candidatos do partido", disse.
Contas rejeitadas A candidatura de Benjamim Maranhão, no entanto, já estava sendo contestada, mas por outros motivos. Mesmo tendo sido homologada no TRE da Paraíba, o Ministério Público Eleitoral do Estado recorreu ao TSE pedindo a impugnação.
O motivo é que o parlamentar tem contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da Paraíba, relativas a 2001, quando foi prefeito do município de Araruna. "O motivo da rejeição de minhas contas de 2001 foi uma questão de interpretação do TCE, baseada em índices. Não há nenhum dolo ao erário. Estou discutindo esse acórdão e vou provar também que aconteceu foi uma interpretação do Tribunal que me prejudicou numa diferença de 0,45%", alega.
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