Salmões fogem de viveiros e ameaçam espécies nativas britânicas
De acordo com o Governo escocês, 1,6 milhão de salmões fugiram, em 50 incidentes ocorridos desde 2000. Do total, 821.512 escaparam no ano passado e 105.987 este ano.
Estudos recentes mostram que a competição de salmões criados em fazendas com os selvagens tem como conseqüência um índice muito menor de sobrevivência dos nativos, afirma o jornal "The Daily Telegraph".
Os cientistas temem que o fenômeno possa levar até ao desaparecimento de populações inteiras de salmões selvagens que evoluíram ao longo de milhares de anos em determinados rios.
Segundo o relatório, a maioria dos salmões escapou de viveiros e redes nos lugares mais expostos às tempestades.
Calcula-se que 90% dos salmões que retornam para desovar nos rios da Escócia, ilhas Faroe, Noruega, Irlanda e Canadá são fugitivos das fazendas, segundo o jornal.
A maior parte do salmão atlântico domesticado descende de 40 cepas norueguesas, geneticamente diferentes do salmão de origem britânica ou irlandesa.
Uma equipe de cientistas estudou durante 10 anos os salmões do rio Burrishoole, em Co Mayo, na Irlanda, especialmente os híbridos de peixes selvagens e domesticados de primeira e segunda geração.
Os cientistas chegaram à conclusão de que os peixes domesticados prejudicam as populações de salmões selvagens. Cerca de 70% dos híbridos da segunda geração morreram nas duas primeiras semanas em conseqüência de incompatibilidades genéticas.
Segundo Don Staniford, da organização Pure Salmon, "a criação de salmões em fazendas marinhas é um convite às fugas maciças" de peixes, sobretudo quando as fazendas estão em lugares expostos a tempestades.
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