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Politica Brasil
Segunda - 28 de Agosto de 2006 às 22:13

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O prefeito de Paranatinga, Francisco Carlos do Nascimento, requisitou hoje, 28, a retirada de uma faixa colocada em frente ao Hospital e Maternidade São Benedito, a 368 km de Cuiabá. O hospital, fechado no dia 24 de agosto por falta de recursos financeiros, é o único da cidade e atende toda a região num raio de 140 Km. Afixada pela administração do estabelecimento hospitalar, a faixa informava sobre os motivos do desativação da unidade.

De acordo com a sócia-proprietária, Genialda Pinheiro Kim, o prefeito alegou que sua imagem política estava sendo prejudicada. “Ele ficou telefonando para tirar, porque ficava muito ruim para ele. Tudo bem, vou tirar, mas o hospital vai continuar fechado”, frisa.

Genialda explica que tomou a decisão de colocar a faixa para que os usuários entendessem que o hospital foi fechado não por causa de problemas administrativos, mas pela demora no repasse dos recursos. Com salários atrasados e falta de medicamentos, não dá para atender, justificou a administradora. “Não tinha mais como funcionar sem ajuda. Estou trabalhando no escuro com o Estado, Prefeitura e SUS. Pretendo ficar com ele fechado”, lamenta.

Falta de recursos - A prefeitura de Paranatinga e o governo estadual firmaram em fevereiro um convênio que garantia ao hospital R$ 10 mil mensais até agosto. O hospital recebeu apenas as duas primeiras parcelas. “A prefeitura não prestou contas do dinheiro e o Estado interrompeu o repasse”, explica. As contas do hospital não puderam esperar a regularização da prefeitura. “Até hoje não recebi mais nada”.

No dia 24 do mês passado, a proprietária do hospital, Genialda Pinheiro Kim, compareceu a sede do Sindicato dos Estabelecimentos dos Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) para pedir ajuda. Genialda administra o hospital desde sua fundação, e afirma que estava cada vez mais difícil manter as portas abertas. “Desde 1996 a tabela de repasses do SUS não é reajustada”, reclama. “Todo mês fico no vermelho e não posso mais arcar com um negócio que está me dando prejuízo”, ressalta. Ela conta que o repasse do SUS é de R$ 15 a 20 mil por mês. “Só com folha de pagamento mais encargos o hospital gasta R$ 17 mil, fora remédios, limpeza, água, luz, telefone e alimentação”, explica.

A administradora já procurou o prefeito, Francisco Carlos do Nascimento, e a Secretaria de Estado de Saúde. Ela também propôs aos governos municipal e estadual que comprassem ou arrendassem a unidade. "É claro que eles não quiseram. Se eu gasto 20, eles vão gastar 100. A última coisa que eu queria era fechar o hospital porque acima de tudo estão as vidas que dependem dele”, diz.

O hospital tem 35 leitos de internação, duas salas de cirurgia, três consultórios, pronto-atendimento, equipamentos de raio-X e ultra-sonografia. Todo mês eram realizadas em média 20 cirurgias e 40 partos. Segundo Genialda, além da estrutura oferecida, o hospital preza a qualidade do atendimento. “Os médicos só trabalham com remédios de primeira linha”, afirma.





Fonte: 24HorasNews

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