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Internacional
Segunda - 28 de Agosto de 2006 às 15:31

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O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu hoje que o Governo israelense suspenda o bloqueio marítimo e aéreo que mantém sobre o Líbano, e defendeu a criação de uma zona livre de armas no sul do país, mas esse desarmamento deve ser estipulado em um "diálogo nacional" libanês.

Annan, que chegou hoje a Beirute em um avião da Força Aérea espanhola cedido pelo Governo de Madri para sua viagem pelo Oriente Médio, disse que trabalha para conseguir um fim "imediato" do bloqueio israelense, e que essa será "uma prioridade" das conversas que manterá na terça-feira em Israel.

Mas também pediu a criação de uma zona "livre de armas" no sul do Líbano, "onde não deve haver outras armas senão as das forças internacionais e as do Exército libanês", disse.

"No Líbano tem que haver - como todos definimos - uma só lei, uma só autoridade, uma só arma", disse, afirmando que o desarmamento do Hisbolá é uma questão interna do Líbano que deverá ser abordada em um diálogo nacional.

"O importante é o diálogo nacional que foi aberto no Líbano sobre o desarmamento", disse.

Annan se reuniu hoje com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, e com o porta-voz do Parlamento e representante oficioso do grupo xiita Hisbolá, Nabih Berri.

Também se reuniu com o ministro da Energia, Mohammed Fneish, um dos dois representantes do partido xiita no Governo libanês, a quem pediu a libertação dos dois soldados israelenses seqüestrados pela milícia em 12 de julho.

Em entrevista coletiva conjunta com Siniora, Annan disse que as tropas multinacionais da ONU "não irão casa a casa buscando armas, essa não é sua tarefa", e acrescentou que colaborarão com o Exército libanês no estabelecimento de "uma paz duradoura e estável".

Mesmo diante da eventualidade de um ataque, seja por parte da milícia xiita ou de Israel, que colocasse suas vidas em perigo, os soldados da ONU "terão que se defender sozinhos", esclareceu.

O secretário-geral disse que os soldados da ampliada Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) "não têm planos de se mobilizar na fronteira" entre a Síria e o Líbano, e disse que está satisfeito com as medidas adotadas pelo Governo libanês para controlar a fronteira.

"O Governo libanês está comprometido em garantir o controle da fronteira, e estou satisfeito com o que está fazendo", ressaltou, enquanto pediu a Síria para "cooperar" a fim de impedir a passagem de armas para o Hisbolá através da fronteira.

Israel anunciou que só suspenderá o bloqueio aéreo e marítimo sobre o Líbano após a mobilização das forças internacionais e, além disso, exigiu que estas tomem posições também na fronteira com a Síria, o que os libaneses não aceitam.

"Espero que cada parte respeite a resolução 1701. É preciso adotar todos os passos para transformar o cessar-fogo em uma paz a longo prazo, duradoura e estável", disse.

Siniora afirmou que o Líbano "está comprometido" a cumprir a resolução 1701 e mobilizar 15.000 soldados de seu Exército no sul e na fronteira oriental com a Síria, assim como "controlar os portos e aeroportos".

Siniora destacou o papel desempenhado por Annan e pelo Conselho de Segurança para conseguir o fim das hostilidades durante 33 dias entre o Exército israelense e as milícias do Hisbolá.

Annan, que passará a noite em Beirute, viaja acompanhado pelo chefe das operações de manutenção da paz da ONU, Jean-Marie Guéhenno, e pelo enviado especial das Nações Unidas para o Oriente Médio, Terje Roed Larsen.

O secretário-geral da ONU deve viajar na terça-feira para Israel e depois para outros países da região, como Catar, Turquia, Arábia Saudita, Egito, Jordânia e, provavelmente, Síria e Irã, segundo fontes das Nações Unidas.





Fonte: EFE

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