Oposição pode dominar o Senado
Os dois principais partidos de oposição ao governo podem passar a ter as maiores bancadas do Senado em 2007, segundo pesquisas de intenção de voto. Se as intenções se confirmarem, o cenário de 44 a 37 poderia se inverter para até 41 a 40 a favor da oposição no Senado.
Na projeção, PSDB, PFL e PDT ganhariam até sete cadeiras que eram de PMDB, PTB e PRB. Considerando "traições" na base em votações, a margem da oposição seria grande.
O PFL e o PSDB são favoritos (em primeiro ou empatados tecnicamente) em 14 Estados. Tucanos podem ser representados por até 18 senadores. Pefelistas podem chegar a 19. Uma das vagas é disputada pelos dois partidos, em Tocantins.
No cálculo, leva-se em conta que o PFL e PSDB têm, cada um, 16 parlamentares no Senado, mas seis tucanos e quatro pefelistas deixam a Casa em 2007. O PMDB tem 20 senadores --nove em fim de mandato.
O PMDB, que lidera as pesquisas em seis Estados, pode ser superado, portanto, pelos dois partidos, caso perca a eleição no Pará, já que passaria a ter 17 senadores em 2007.
O PSDB está isolado na liderança das corridas eleitorais em cinco Estados, e o PFL, em quatro. Tucanos e pefelistas estão, cada um, empatados tecnicamente em dois Estados com candidatos de outros partidos.
O PT, à frente só nas disputas do Acre e de SP, deve perder uma vaga no Senado (de Roberto Saturnino, no Rio, que não irá concorrer). O partido passaria a ter dez representantes.
Diferentemente da Câmara, onde tem ampla maioria, a margem do governo é apertada no Senado, o que dificulta a aprovação de projetos de interesse do Palácio do Planalto. Dos 81 senadores, 44 são de partidos aliados e 37, de oposição. No bloco dos 44, há vários dissidentes, principalmente no PMDB. Para o cientista político Fernando Abrucio, da Fundação Getúlio Vargas, a possível maioria da oposição, mesmo eleita, pode não se confirmar. "Partidos como PTB e PP podem não ultrapassar a cláusula de barreira e a tendência é os senadores migrem para o PMDB." De acordo com o professor, outra causa para a migração é a aliança com governadores. "Mas não se pode dizer que o cenário vai ser ingovernável [em possível reeleição de Lula]", disse
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