"Sanguessugas" podem ter atuado na Agricultura
Os dados também apontam oito deputados, entre os 18 que escaparam do relatório parcial da comissão, que teriam apresentado emendas para a compra de tratores. As emendas foram apresentadas para o exercício orçamentário de 2000 a 2006.
O deputado Carlos Dunga (PTB-RO) foi o que mais apresentou emendas ao Ministério da Agricultura. Entre 2001 e 2005, foram 14 para aquisição de patrulhas mecanizadas, totalizando R$ 3,34 milhões. Os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), Magno Malta (PL-ES) e Ney Suassuna (PMDB-PB), também apresentaram emendas ao ministério. Eles negaram envolvimento e afirmaram que não houve interferência externa nas emendas.
O fato de apresentarem emendas na área da agricultura não comprova, necessariamente, outro braço da quadrilha dos sanguessugas atuando na Esplanada dos Ministérios. Porém, as formas de apresentação das emendas chamam a atenção pela semelhança com as que possuíam ligação com parlamentares citados pela CPI.
Em ambos os casos, há várias emendas individuais com descrição genérica dos municípios a serem atendidos. Outra semelhança é a variação dos valores. Em uma das emendas, por exemplo, a unidade da patrulha mecanizada custaria R$ 70 mil, conforme a designação do deputado, e, em outra, R$ 200 mil.
A CGU encontrou irregularidades em pelo menos dois casos de emendas liberadas. O relatório da Controladoria referente ao 12º sorteio de municípios afirma que houve favorecimento de pelo menos uma empresa na licitação realizada pela prefeitura de Guaraniaçu (PR) para a compra de dois tratores.
Ainda de acordo com o Congresso em Foco, as duas empresas que participaram da licitação, a Metropolitana Tratores Ltda. e a Cascavel Máquinas Agrícolas S/A, apresentaram valores diferentes para o mesmo produto (trator New Holand modelo TL 75), R$ 47,9 mil e R$ 52,4 mil, respectivamente.
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