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Politica Brasil
Domingo - 27 de Agosto de 2006 às 09:09
Por: Márcia Raquel

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Há 32 anos, um grupo de senhores aposentados se reúne diariamente para discutir os mais diversos assuntos do Estado, de futebol à política. Conhecido como “Senadinho”, o grupo, que conta atualmente com 32 integrantes, se intitula como “defensores das reminiscências cuiabanas”. Porém, apesar de discutir política e estar aberto aos mais variados ocupantes de cargos públicos, o Senadinho se diz apolítico, ou seja, não tem interesses políticos.

O nome Senadinho, na verdade idealizado pelo já falecido João Elias Batista da Costa, conhecido como João Bala, é uma sátira. “Senadinho porque discutimos tudo e não resolvemos nada”, explicou Benedito Teotino da Costa Filho, que é um dos fundadores do grupo, que goza de respaldo das autoridades políticas.

No entanto, o Senadinho é constantemente chamado para discussões de assuntos relacionados ao Estado. O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), por exemplo, cedeu uma cadeira na reunião de secretariado ao grupo. “Eu sou o representante do Senadinho na reunião e tenho direito a voz e voto”, contou o senhor Teotino.

Para participar do Senadinho são três as exigências: ser contemporâneo dos atuais membros; ser aposentado, para ter disponibilidade de tempo; e ter bom caráter. “Mas não tem mais vagas, o último que entrou foi Frederico Campos”, afirmou o presidente do Senadinho, Leopoldo Fortunato.

As reuniões são realizadas de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 11h, na garagem da casa do criador do Senadinho, Oriente Tenuta Filho, localizada na rua Cândido Mariano, n.º 330, no Centro de Cuiabá. Dali, onde ficam sentados em círculo, eles observam a movimentação da cidade, conversam com as pessoas que transitam pelas ruas e recebem quem queira sentar e conversar. “As pessoas vêm, conversam, ouvem e daqui tiram as suas conclusões”, ressaltou Eldivaldir de Figueiredo.

A única mulher que tem cadeira cativa no grupo é a viúva de Oriente Tenuta, dona Elza Maria Barros Tenuta, que é presidente de honra. Porém, apesar de sustentar o ideal do marido, dona Elza quase não participa das reuniões.

Entre os membros do Senadinho existem médicos, dentistas, engenheiros, poetas, agrônomos, enfim, os representantes das mais diversas profissões. “O que existe de marcante é a solidariedade. O Senadinho é solidário com a sociedade cuiabana. É um clube de serviço, você tem de tudo”, esclarece Leopoldo Fortunato.

“A polivalência do grupo, a mentalidade elevada e sem nenhuma pretensão política enriquece as discussões”, acrescentou Eldivaldir ao observar que os integrantes são representantes da famílias tradicionais da chamada cuiabania. “Os que não são cuiabanos estão há muito tempo aqui”, destacou.





Fonte: Diário de Cuiabá

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