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Politica Brasil
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 16:28

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A candidata do PSOL à Presidência da República, senadora Heloísa Helena (AL), disse que não fará acordos em troca de cargos ou verba com o Congresso para aprovar projetos de interesse de seu governo. "Propina não posso dar porque vou para a cadeia. Infelizmente esse ´propinódromo´ instalado no Brasil não dá cadeia. Deveria dar, porque o Código Penal manda. Não é nada da esquerda, não", disse.

"Existem personalidades da política brasileira que deveriam ser obrigadas a devolver o dinheiro que roubaram em governos anteriores. Como é que eu vou lhes dar cargos para eles continuarem a roubar?"

Questionada sobre o que faria de diferente em seu governo, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o mesmo discurso em 2002, a candidata reclamou da comparação. "Muitas pessoas podem olhar e dizer ´eu já vi esse filme´. Até nisso ele (Lula) conspira contra as alternativas", disse, em sabatina promovida pelo Grupo Estado.

Ao ser questionada pelos entrevistadores sobre como governará com o apoio de apenas seu partido, o PSOL, que pode até mesmo não passar pela cláusula de barreira, a senadora pediu votos para seu partido.

A senadora disse que não promoverá mudanças na maior parte das leis do País - nas áreas de educação, saúde, segurança publica e seguridade social. Ela disse que precisará do apoio do Congresso Nacional apenas para aprovar a reforma tributária e fazer o orçamento. Ela considera necessário que setores da sociedade, como empresários e movimentos sociais, devam discutir o orçamento e a destinação do dinheiro para áreas como agricultura familiar, reforma agrária, agropecuária, infra-estrutura, relações comerciais internacionais e mecanismos para estimular o consumo interno.

"E eu não tenho dúvidas de que, para aprovar a reforma tributária, existem parceiros em todas as áreas da sociedade", disse. "Há ainda o apoio dos empresários, classe média e pobres, que querem a redução da carga tributária."

Heloísa Helena disse que, se eleita, estará no Congresso Nacional para discutir com as comissões e no Plenário. "Quero vivenciar aquilo que manda a Constituição brasileira. O Congresso Nacional tem de ser independente", disse. "Não se assustem, mas eu queria mesmo é que o Congresso fizesse oposição a mim, que fiscalizasse cada um dos meus passos, monitorando e exigindo que eu faça as coisas de forma mais rápida."

Em sua avaliação, isso não geraria ingovernabilidade. "Essa seria a governabilidade mais bela, transparente e partilhada que há", disse. "Ou eu me submeto aos velhos padrões da promiscuidade, ou eu instalo um novo modelo, que será experimentado e fiscalizado pela sociedade."





Fonte: Agência Estado

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