Adversários de Maggi precisam ganhar 15,9 mil votos por dia
Segundo a pesquisa, Blairo Maggi tem atualmente 60% das intenções de votos. Para especialistas, a “fatura” é dada como liquidada – até pelo tempo que resta para as eleições. Será eleito no primeiro turno quem obtiver, em 1º de outubro, mais votos do que todos os conquistados pelos seus concorrentes. Maggi mantém-se com 37 pontos percentuais a frente do conjunto de seus adversários. Transformando o percentual em números unitários, Mato Grosso tem hoje 872,4 mil eleitores que mostram disposição em votar no governador.
Mato Grosso tem atualmente cadastrado na Justiça Eleitoral 1.940.270 eleitores. Historicamente, o índice de abstenção no Estado – aqueles que deixam de votar, a maioria por estar em trânsito - é de 25%. Nesse caso, deve comparecer às seções de votação em outubro algo em torno de 1.454.067 eleitores.
Levando em consideração essa variável, o senador Antero Paes de Barros, melhor candidato de oposição neste momento, conta com apenas 189 mil votos. Já a senadora Serys Slhessarenko aparece com 72,7 mil votos. Na pesquisa, Bento Porto, Mauro César Lara e Plauto Vieira, teriam 1%. Ou seja, juntos, “contribuiriam” com 43,6 mil votos para um eventual segundo turno. Outros dois candidatos – Josmar Alderete e Roberto Pereira – não chegaram a 1%, mas juntos devem captar em torno de 14,5 mil votos.
Os adversários de Maggi, juntos, têm hoje aproximadamente 319.800 votos. Os eleitores que disseram que pretendem anular seus votos ou votar em branco não opinaram somam 58,1 mil. Os indecisos, na casa dos 15%, totalizariam – já descontada a abstenção – 218,1 mil eleitores.
A pesquisa, portanto, mostra que Maggi tem uma frente de 596 mil votos. É muito voto. Em termos puramente estatísticos, ou simplesmente na teoria, essa é uma margem que pode ser fácil e rapidamente anulada. Dividindo a diferença pelo tempo que resta até o dia da votação, os adversários do governador candidato à reeleição precisariam ganhar quase 16 mil votos por dia para evitar a consagração de Maggi. Isso representa nada mais nada menos que 665 votos por hora ou 11 votos por minuto.
Humanizando os números e analisando o esforço eleitoral a ser despendidos por todos os candidatos, o quadro eleitoral mostra mais que trabalho para levar o jogo para uma nova etapa. Os sete adversários de Maggi precisariam convencer os eventuais eleitores de Maggi a mudarem seus votos. Até porque conquistar todos os eleitores que hoje estão indecisos ou que se mostram dispostos a anular o voto ou votar em branco ainda não seriam suficientes para que a eleição vá para o segundo turno. Faltaria pouco, mas não chegaria.
Há quatro anos, o então candidato Maggi estava, nesta mesma época do ano, atrás de Antero de Barros, conforme pesquisa do próprio Ibope, realizada entre os dias 23 e 26 de agosto. Só que a diferença para a “virada” era bem menor. Antero aparecia com 41% das intenções de votos contra 29% de Maggi. O candidato do PT, Alexandre César, tinha 4%. Carlos “Lingüiça” e Sebastião “Matrinxã” – que protagonizaram uma disputa à parte – apareciam com 1%. Indecisos naquele ano, segundo o Ibope, eram de 17% e os que votariam branco ou nulo somavam 6%. Foram ouvidos 800 eleitores em 34 cidades de Mato Grosso.
Na eleição, Maggi saiu vitorioso com 619.655, com 50,6% dos votos válidos – excluída a abstenção. Antero ficou com 360.296 votos, ou seja, 29,4%. O petista Alexandre César protagonizara naquela ocasião um avanço sobre os eleitores do tucano – principalmente em Cuiabá - e acabou com 18,6% dos votos.
Comentários