Movimento quer impedir reeleição de Renan para Presidência do Congresso
O grupo conta com parlamentares do PMDB, partido do senador, e de outras legendas da oposição e até mesmo da situação.
Como apenas 1/3 do Senado será renovado nas eleições de outubro, a idéia é que os senadores que ainda têm mandato a cumprir se articulem para derrotar Renan. O mesmo vale para o senador José Sarney (PMDB-AP). Senadores com chances de se reeleger também estão sendo procurados. É o caso de Pedro Simon (PMDB-RS).
Tradicionalmente, o partido com a maior bancada indica quem será o novo presidente do Senado. Há um acordo para que as demais legendas aprovem o nome indicado em votação no plenário, sem indicar adversários.
O governo também influencia na escolha do nome se tiver ingerência sobre a maior bancada. A eleição acontece no início da nova legislatura.
Renan ou Sarney
Os parlamentares avaliam que, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer a eleição como indicam as pesquisas, ele deve querer Renan ou Sarney como presidente do Senado.
A reeleição para o comando da Casa não é permitida, mas como se trata de uma nova legislatura, Renan poderá tentar permanecer no cargo por mais dois anos.
"Na hipótese de o PT e o PMDB conquistarem maioria no Senado, é óbvio que o PT vai querer manter o Renan na presidência do Senado. Nesse caso, vai haver um movimento para termos um novo Congresso que não é representado pelo Renan ou pelo Sarney. Não é hora de continuidade", disse o senador Pedro Simon, um dos porta-vozes do movimento.
Sanguessugas
O movimento ganhou força nos últimos dias, quando se revelou que Renan operou uma manobra para retardar os processos contra os três senadores acusados pela CPI dos Sanguessugas de participarem do esquema de desvio de recursos do orçamento. "Foi a pá-de-cal [para a reeleição de Renan]", avaliou Simon.
Os senadores apostam que o desgaste de Renan vai fazer com que se repita no Senado o mesmo que ocorreu na Câmara, quando o governo perdeu a eleição para o comando da Casa, em 2005.
O deputado federal Severino Cavalcanti (PP-PE) saiu vitorioso, impondo uma derrota aos governistas Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Virgílio Guimarães (PT-MG), que concorreram contra a vontade do partido.
"O Congresso ficou muito desgastado na gestão do Renan e do Sarney (2003-2004). O novo presidente da República não pode enfrentar um Congresso enfraquecido, que é o que vai acontecer se um dos dois for reeleito", disse Simon.
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