Prefeito recebe comissão de estudantes para discutir passe-livre e tarifas
Representando cerca de 20 a 25 alunos que foram ao Palácio Dante de Oliveira gritando palavras de ordem, com faixas de partidos políticos e cartazes, invadiram o prédio e quebraram vidraças, chegando ao ponto de se confrontar com a Polícia Militar, cuja viatura passava pelo local. Os estudantes, embora não havendo agendado audiência com o prefeito, foram recebidos no Gabinete, de cuja reunião participaram ainda vereadores e secretários municipais.
O prefeito explicou aos líderes estudantis que a Prefeitura e Cuiabá tem atuação voltada com especial atenção para o setor educativo e que, só com o passe livre, a administração fechará o ano com investimentos da ordem de R$ 19 milhões, embora dos 61 mil estudantes beneficiados pelo passe-livre apenas 6% são da rede municipal de ensino. Quase a metade desse universo, cerca de 47% são alunos dos colégios estaduais e 13% são acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e alunos do Centro Federal de Estudos Tecnológicos (Cefet/MT). Apesar desse quadro, a Prefeitura de Cuiabá não recebe qualquer ajuda dos governos estaduais ou federal.
Atualmente, Cuiabá é uma das cinco capitais do Pais a manter a gratuidade do passe estudantil integral. Cidades como Campo Grande (MS), Belo Horizonte, Recife (PE), São Luiz (MA) entre outras ou não dão passe livre ou ele é concedido apenas pela metade. Em Várzea Grande, o passe livre é apenas de 50% sobre o valor da tarifa.
Sobre o valor da tarifa, Wilson Santos lembrou que nos anos anteriores a elevação do preço da passagem muitas vezes chegou a superar 50 por cento do valor e que a tarifa é determinada pelo Conselho Municipal de Transporte, que ele extinguiu, criando uma comissão, democraticamente, uma comissão composta por 16 membros ou associações, entre elas duas com origem nos movimentos estudantis. A elevação da tarifa em Cuiabá de R$ 1,60 para R$ 1,85, com validade a partir de março, foi decisão do conselho, com auxílio técnico do Conselho Regional de Economia.
Ao lembrar que o investimento em passe livre é a maior operação de transferência de renda hoje em vigor no Brasil, bem acima de programas federais como o Bolsa Escola, Bolsa Família do governo federal, o prefeito disse aos estudantes que faz uma gestão aberta, democrática e declarou que recebeu a notícia da invasão e quebra-quebra na prefeitura por parte dos alunos com muita surpresa. “Nunca me neguei a conversar, sempre fui aberto ao diálogo, por isso achei estranha essa manifestação”, afirmou. Ele recomendou que os estudantes, em comissão de cinco ou seis estudantes marque reuniões e acompanhe tramitação de solicitações, discutindo e sugerindo soluções para problemas, como o do passe-livre, por exemplo.
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