Berzoini:"Lula pode crescer mais; Alckmin está e encruzilhada"
Pesquisa Datafolha divulgada na terça mostra Lula com 49 por cento das intenções de voto, contra 37 por cento da soma dos adversários, ampliando em dois pontos a vantagem obtida na pesquisa de julho. A aprovação ao governo, segundo o instituto, atingiu o recorde histórico de 52 por cento de "ótimo"e "bom."
"Continuamos trabalhando para uma eleição em dois turnos, mas o Datafolha mostra que há espaço para o presidente crescer mais, acompanhando a boa avaliação do governo," disse Ricardo Berzoini à Reuters. "A manutenção da vantagem, depois de uma semana de propaganda na televisão, deixa o Alckmin numa encruzilhada: ou ele preserva sua biografia ou cede à pressão dos seus aliados do PFL que querem partir para o baixo nível," acrescentou.
O tucano Geraldo Alckmin disse a jornalistas nesta quarta que não vai alterar sua propaganda, adotando ma linha mais agressiva, em função das pesquisas. Coordenador da campanha da reeleição, Berzoini disse que Lula pretende manter o planejamento de sua propaganda, centrada no balanço de quatro anos de governo, acrescentando que "a campanha está preparada para responder à baixaria, se ela vier."
"A campanha está crescendo com o horário eleitoral, porque estamos mostrando o que o governo fez e Lula está explicando por que ele fez," disse Berzoini. "Só em último caso, se for mesmo necessário, usaremos o programa para responder a ataques."
CÁLCULO
O comando da reeleição comemorou, com moderação calculada, os indicadores favoráveis a Lula na pesquisa Datafolha, especialmente os que se referem à avaliação do governo.
Além dos 52 por cento de "ótimo" e "bom," sete pontos percentuais acima do levantamento de julho, a taxa dos que consideram o governo apenas "regular" caiu de 36 para 31 por cento; e o índice de "ruim" e "péssimo," de 18 para 16 por cento.
De acordo com outras pesquisas, sabemos que a maior parte dos que consideram o governo regular tende para uma avaliação positiva, podendo se transformar em eleitores," afirmou o presidente do PT.
Berzoini, a exemplo de analistas independentes, relaciona o crescimento dos indicadores pró-Lula ao início da propaganda eletrônica, em 15 de agosto, e ao conteúdo dos programas do presidente candidato no rádio e na televisão. "Bastou voltarmos à televisão para recuperar e até melhorar os indicadores obtidos em maio," disse o coordenador da campanha.
Desde o início do ano, a curva de aprovação do governo e de intenção de votos em Lula foi ascendente, tendo sido interrompida apenas nas pesquisas da primeira semana de julho, quando sua vantagem sobre os outros candidatos caiu cerca de cinco por cento, mas voltou a subir em agosto.
"Aquela variação nas pesquisas decorreu de um mês inteiro de pancadaria no governo, nos programas partidários da oposição, sem que o governo e o PT pudessem reagir" afirmou Berzoini.
Ao longo do mês de junho, os oposicionistas PSDB, PFL e PPS tiveram, somados, cinco horas de programas partidários nacionais e regionais no rádio e na TV. O PT e seus aliados haviam utilizado sua cota de programas eleitorais em janeiro e março.
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