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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Terça - 22 de Agosto de 2006 às 07:35

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A Igreja Universal está tentando se distanciar do escândalo dos sanguessugas. E para isso vetou o direito à reeleição dos seus parlamentares acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Eles também não podem renunciar aos seus mandatos. Dos 25 deputados evangélicos denunciados pela CPI que trata do tema, 13 são da Universal, nove pertencem à Assembléia de Deus e três, às igrejas Internacional da Graça, Quadrangular e Batista.

A estratégia da Universal é, dizem políticos ligados à igreja, apenas de aguardar os julgamentos na Câmara, sem alarde nem confrontos. Paralelamente, os acusados são substituídos por representantes novos, como ocorreu no Rio com os deputados João Mendes de Jesus (PSB), Vieira Reis e José Divino, os dos últimos são do PRB e perderam a legenda para concorrer. Deverão, porém, permanecer na Câmara até o fim de seus mandatos. Parlamentares que insistirem na candidatura, dizem fontes da Universal, o farão por sua própria conta, sem qualquer tipo de apoio.

Pastores sanguessugas O Dia apurou que os demais segmentos evangélicos não deram uma orientação específica sobre renunciar ou não. Deixaram que os denunciados optassem pelo o que melhor lhes conviesse. Para políticos experientes, renunciar significa indiretamente uma confissão de culpa.

"Tal interpretação incomoda os denunciados e atinge a imagem dos evangélicos como um todo. "Não põe minha fé nisso, não", reagiu um parlamentar da Assembléia de Deus, na lista dos denunciados.

De acordo com a CPI dos Sanguessugas, 58% do total de propina repassada aos parlamentares pela máfia foram para evangélicos. Dados dos depoimentos mostram que esses políticos teriam recebido R$ 5,3 milhões do esquema.

Também na lista da CPI, o coordenador da bancada evangélica na Câmara, Adelor Vieira (PMDB-SC), da Assembléia de Deus, reclamou de perseguição. No Senado, dos três senadores acusados, apenas Magno Malta (PL-ES) é evangélico.

STF abre 27 novos inquéritos O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu ontem 27 novos inquéritos para investigar congressistas suspeitos de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. O vice-presidente do STF, Gilmar Mendes, não revelou os nomes dos investigados, porque estão sob segredo de Justiça. Agora, são 84 inquéritos para apurar possível participação de parlamentares no esquema de fraudes.

Mendes determinou a remessa dos autos para a Polícia Federal e deu um prazo de 30 dias para que sejam ouvidos todos os investigados. O ministro também pediu que sejam identificados os assessores de parlamentares suspeitos.

A abertura dos inquéritos foi pedida na semana passada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Ele tomou a decisão após analisar novos documentos, livros contábeis, papéis bancários e depoimentos sobre as supostas fraudes, entre os quais do empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da empresa Planam.

Acusados partem para o tudo-ou-nada O Conselho de Ética da Câmara abre hoje os processos de cassação contra os deputados acusados pela CPI dos Sanguessugas de envolvimento na máfia das ambulâncias. O prazo para que os denunciados renunciassem ao mandato ¿ evitando a cassação e garantindo o direito de se reeleger em outubro ¿ terminou à meia-noite de ontem, mas o único a abrir mão da candidatura foi Coriolano Sales, do PFL baiano, na semana passada. Já Josué Bengtson (PTB-PA) desistiu da renúncia, mas afirmou que não vai mais se candidatar à reeleição. <>p> O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), anunciou que dará prioridade para os casos em que há provas mais consistentes ¿ o critério atinge 15 deputados contra os quais a CPI teria encontrado pagamentos dos empresários acusados de chefiarem o esquema de venda superfaturada de ambulâncias a prefeituras com dinheiro do Orçamento da União.

Apesar da opção da maioria dos 69 deputados citados no relatório da CPI de enfrentar o julgamento no Conselho, um grupo protocolou ontem mandados de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar bloquear as investigações. De acordo com o tribunal, os deputados são: César Bandeira (PFL-MA), Heleno Silva (PL-SE), João Batista (PP-SP), João Mendes de Jesus (PSB-RJ), José Divino (PRB-RJ), Jorge Pinheiro (PL-DF), Marcelino Fraga (PMDB-ES), Marcos Abramo (PP-SP), Marcos de Jesus (PFL-PE), Paulo Gouvêa (PL-RS) e Vieira Reis (PRB-RJ).

No Senado, o Conselho de Ética deve se reunir hoje para dar início aos processos disciplinares contra três senadores ameaçados de perder o mandato: Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES).





Fonte: O Dia

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