Boeing vai desativar produção dos aviões militares C-17
"O C-17 é um dos mais bem sucedidos programas de aquisição do Departamento de Defesa já realizado", disse o vice-presidente da Boeing Global Mobility Systems (divisão da empresa responsável pelo C-17), Ron Marcotte. "Mas não podemos continuar arcando com o programa sem mais pedidos do governo dos EUA."
Segundo a empresa, fornecedores e empresas que prestam serviços na construção do C-17 já foram avisados que irão apenas concluir as peças e os trabalhos para os aviões desse modelo já em fase de construção. A Boeing ainda tem pedidos suficientes para manter a produção até meados de 2009.
A Boeing vinha mantendo a produção do modelo na expectativa de que o Congresso americano autorizaria novas compras, mas hoje a empresa anunciou que não tem mais como continuar a financiar a fabricação do avião.
O modelo, conhecido como "Globemaster 3", é utilizado pela Força Aérea dos EUA para transporte de equipamentos pesados e de soldados. Segundo especialistas do setor aéreo, a capacidade do avião de aterrissar em pistas curtas favoreceu o seu uso para transporte de cargas em áreas de conflito, como Iraque e Afeganistão --diminuindo o uso de caminhões (alvos mais fáceis de tiroteios e ataques) na região.
Desde que entrou em operação, em janeiro de 1995, mais de 130 unidades foram entregues, segundo a Força Aérea.
A empresa informou, no entanto, que a produção poderá ser retomada, no caso do Congresso aprovar o financiamento de novas unidades --o que, de acordo com a Boeing, poderia acontecer em breve. Reativar a cadeia de produção do C-17, no entanto, pode elevar muito o custo --o preço de cada unidade é de US$ 154 milhões.
A interrupção da produção deve afetar os 5.500 empregados da Boeing nas fábricas nos Estados da Califórnia, Geórgia, no Missouri e no Arizona ligadas diretamente à produção do modelo. Nesta semana, a empresa assinou um contrato para fornecer suporte e peças à frota de C-17 da Força Aérea da Austrália.
Outras 700 empresas, em 42 Estados americanos e com cerca de 25 mil funcionários, também devem ser afetados com a decisão.
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