Tribunal recusa processo cigano que acusa IBM de ajuda a nazismo
Henri-Philippe Sambuc, advogado do grupo responsável pelo caso, disse à Reuters que foi informado pelo tribunal que a ação não poderia ter uma audiência porque violaria o estatuto suíço de limitações.
Segundo a legislação suíça, denúncias de crimes podem ser processadas somente dentro de um prazo de 10 anos após a data em que foram cometidos. A IBM tem consistentemente negado que é responsável pela maneira como suas máquinas foram usadas pelo governo nazista.
"Ainda não temos um posicionamento jurídico sobre essa decisão. Esperamos isso nas próximas semanas", disse Sambuc, que representa o grupo chamado Gypsy International Recognition and Compensation Action (Girca, na sigla em inglês).
Não havia inicialmente comentário do tribunal sobre a decisão, que não é passível de apelação.
Assim que a decisão do tribunal for oficialmente recebida, a Girca decidirá sobre a reabertura do caso em outro país contra a IBM, acusada por organizações ciganas de ajudar nazistas ao vender máquinas registradoras, disse Sambuc.
A Girca abriu o processo depois que um livro publicado em 2001 afirmou que máquinas registradoras que funcionavam com cartões —equivalentes a computadores na época— ajudaram os nazistas a organizarem de maneira mais eficiente o assassinato em massa de ciganos, judeus e outros grupos.
Historiadores do Holocausto estimam que 500 mil a 600 mil ciganos foram mortos em campos de concentração na Europa, junto com 6 milhões de judeus.
O caso foi aberto inicialmente em nome de cinco pessoas que perderam parentes nos assassinatos. A ação foi aberta na Suíça porque a IBM tinha sua sede européia nesse país durante a 2a Guerra.
Sambuc disse que argumentou que o caso deveria ser ouvido diante de legislação internacional criada com o julgamento de líderes nazistas em Nuremberg e que não prevê limitação de prazo para crimes cometidos pelos nazistas.
"Eu não sei porque o tribunal rejeitou meu argumento", disse.
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