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Meio Ambiente
Quarta - 16 de Agosto de 2006 às 13:50

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Mudanças climáticas, perda de áreas alagadas, infra-estruturas inadequadas e mau gerenciamento dos recursos têm promovido o tema a "problema verdadeiramente global", disse a organização.

"Riqueza econômica não se traduz em abundância de água", afirmou o supervisor do levantamento, Jamie Pittock.

"Escassez e poluição estão se tornando mais comuns, e a responsabilidade por encontrar soluções cabe tanto a países ricos como pobres."

O WWF alertou os países em desenvolvimento para que não desperdicem a chance de "aprender com os erros do passado" cometidos pelos países ricos.

Desperdício e escassez Desperdício e escassez de água são dois lados da mesma moeda, indica o relatório.

Algumas das cidades mais ricas do mundo, como Houston, no Texas, e Sidney, na Austrália, consomem mais água do que são capazes de repor.

Nos Estados Unidos e no Japão, o uso diário de água per capita alcança os 350 litros, enquanto cada europeu consome 200 litros por dia, afirmou o relatório.

Na África subsaariana, o consumo diário per capita é de no máximo 20 litros.

Em Londres, a infra-estrutura ultrapassada gera um volume de perdas equivalente a 300 piscinas olímpicas por dia.

Segundo o levantamento, regiões áridas da Europa, como a maior parte da Espanha e Portugal, devem sofrer “severamente” com a escassez de água em 2070.

Agricultura Apesar disso, práticas agrícolas continuam insustentáveis.

Uma análise do WWF determinou que a água usada anualmente para produzir excedentes em colheitas espanholas de milho, algodão, arroz e alfafa seria suficiente para abastecer mais de 16 milhões de habitantes do país.

"Colheitas estão se expandindo não como resposta à demanda do mercado, mas como resposta à disponibilidade de subsídios", critica a organização, que destacou ainda a má qualidade da água restante.

A Espanha foi o destaque do relatório, registrando o pior resultado de freqüência de nitratos em águas subterrâneas e em águas potáveis.

Uma conseqüência da pior qualidade da água doce é a perda de biodiversidade, apontou o documento.

Desde 1970, houve declínio nas populações de mais da metade de 200 espécies de águas doces analisadas pelo índice "Planeta Vivo", medido pela organização.

"O custo de recuperar ecossistemas prejudicados é de dez a cem vezes maior que o de mantê-los", alertou o WWF.

"Governos devem encontrar soluções tanto para os (países) ricos como para os pobres, o que inclui reparar infra-estrutura antiga, reduzir contaminantes e mudar práticas de irrigação."

O relatório antecede a Semana Mundial da Água, evento que será realizado em Estocolmo, na Suécia, de 20 a 26 de agosto.





Fonte: BBC Brasil

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