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A linguagem do programa eleitoral
Estava ansioso para ver a linguagem que os candidatos usariam no primeiro programa do horário eleitoral gratuito. Assisti à apresentação dos candidatos presidenciais ao meio-dia e dos federais de Mato Grosso.
Indiscutivelmente a linguagem do programa do PT foi disparada a melhor. Leve e eficaz, sem deixar margem para o telespectador formular questionamentos pessoais. Tipo lavagem cerebral rápida e mortal. Aliás, o PT tem se comunicado muito bem com o eleitor historicamente. É impressionante como um governo tão pobre em realizações consiga induzir pela linguagem que o eleitor admita um governo “gasoso invertebrado” como uma referência inquestionável.
O presidente Lula continuou com o seu discurso histórico de salvador da pátria, e o grande iniciador de uma aventura chamada Brasil, um país inexistente antes dele. Mas faz isso com enorme competência.
O candidato Geraldo Alkmin conseguiu mostrar um bom programa, mas o do PT descaracterizou o seu. Ele terá que criar uma linguagem que traduza pragmatismo, que é o seu ponto forte, e desmistifique o discurso gasoso do presidente Lula. Como está, Alkmin nunca sairá do seu estacionamento nas pesquisas. Isso não quer dizer que seu programa seja ruim. É bom, mas pouco convincente.
A candidata Heloisa Helena é tipicamente “free-lancer”. Atira pra todos os lados e espera atingir quem puder. Sua lógica não é a de construção de um governo e nem de imaginar um país que possa vir a governar. Sua postura é a do discurso de esquerda que tem soluções fáceis para problemas difíceis. É a professora na tela. Por mais que insista em ser simpática, continua a professora esquerdista e alimenta uma enorme raiva e distância da realidade.
Cristovam Buarque é outro professor. Sabe tudo, tem todas as soluções do país guardadas dentro de um cofrinho a que ele chamou de educação. Pode ser. Mas a sua realidade está completamente descosturada da realidade brasileira. Falta-lhe a confiança de que esteja falando de um país real e que tudo o que diz possa ser verdadeiro. Mas passa muita credibilidade na sua postura pessoal. É sério, fala bem, e tem uma fisionomia confiável.
Os demais, candidatos oscilam entre a realidade e o sonho desvairado de um Brasil semelhante ao “País das Maravilhas” da ingênua Alice do livro de Lewis Carroll, onde a personagem delira num vasto universo infantil desprovido de coerência.
Já a linguagem de alguns candidatos a deputados federais e a estaduais é absolutamente ridícula. A generalidade não mudou em nada comparada à última eleição. Poucos, pouquíssimos entendem o tempo atual e o papel de legislador e de fiscalizadores que terão no Poder Legislativo.Todos criticam os sanguessugas, os mensaleiros, falam em ética e criticam a crise do Congresso. Mas não têm leitura crítica.
Mas não falam de um país real e nem de um estado possível. Tudo como dantes!.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM onofreribeiro@terra.com.br
Indiscutivelmente a linguagem do programa do PT foi disparada a melhor. Leve e eficaz, sem deixar margem para o telespectador formular questionamentos pessoais. Tipo lavagem cerebral rápida e mortal. Aliás, o PT tem se comunicado muito bem com o eleitor historicamente. É impressionante como um governo tão pobre em realizações consiga induzir pela linguagem que o eleitor admita um governo “gasoso invertebrado” como uma referência inquestionável.
O presidente Lula continuou com o seu discurso histórico de salvador da pátria, e o grande iniciador de uma aventura chamada Brasil, um país inexistente antes dele. Mas faz isso com enorme competência.
O candidato Geraldo Alkmin conseguiu mostrar um bom programa, mas o do PT descaracterizou o seu. Ele terá que criar uma linguagem que traduza pragmatismo, que é o seu ponto forte, e desmistifique o discurso gasoso do presidente Lula. Como está, Alkmin nunca sairá do seu estacionamento nas pesquisas. Isso não quer dizer que seu programa seja ruim. É bom, mas pouco convincente.
A candidata Heloisa Helena é tipicamente “free-lancer”. Atira pra todos os lados e espera atingir quem puder. Sua lógica não é a de construção de um governo e nem de imaginar um país que possa vir a governar. Sua postura é a do discurso de esquerda que tem soluções fáceis para problemas difíceis. É a professora na tela. Por mais que insista em ser simpática, continua a professora esquerdista e alimenta uma enorme raiva e distância da realidade.
Cristovam Buarque é outro professor. Sabe tudo, tem todas as soluções do país guardadas dentro de um cofrinho a que ele chamou de educação. Pode ser. Mas a sua realidade está completamente descosturada da realidade brasileira. Falta-lhe a confiança de que esteja falando de um país real e que tudo o que diz possa ser verdadeiro. Mas passa muita credibilidade na sua postura pessoal. É sério, fala bem, e tem uma fisionomia confiável.
Os demais, candidatos oscilam entre a realidade e o sonho desvairado de um Brasil semelhante ao “País das Maravilhas” da ingênua Alice do livro de Lewis Carroll, onde a personagem delira num vasto universo infantil desprovido de coerência.
Já a linguagem de alguns candidatos a deputados federais e a estaduais é absolutamente ridícula. A generalidade não mudou em nada comparada à última eleição. Poucos, pouquíssimos entendem o tempo atual e o papel de legislador e de fiscalizadores que terão no Poder Legislativo.Todos criticam os sanguessugas, os mensaleiros, falam em ética e criticam a crise do Congresso. Mas não têm leitura crítica.
Mas não falam de um país real e nem de um estado possível. Tudo como dantes!.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM onofreribeiro@terra.com.br
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/282436/visualizar/
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