Para aliados, senadora precisa provar

Os presidentes do PT do B, Manoel Olegário, e do PC do B, Miranda Muniz, afirmaram ontem que a candidata do PT ao governo do Estado, senadora Serys Marly, precisa provar que é inocente da acusação de ter sido beneficiada pela máfia das ambulâncias. Os dois admitiram que a inclusão do nome dela na lista de 72 parlamentares da CPMI dos Sanguessugas está prejudicando a campanha da coligação Mato Grosso por Inteiro.

"A Serys precisa provar que é inocente, senão vai ficar muito difícil fazer campanha pra ela", advertiu Olegário. "Hoje está fácil fazer campanha para o Lula, mas para Serys está complicado". Miranda Muniz também admitiu que o impacto da inclusão do nome de Serys na lista dos parlamentares sanguessugas foi ruim para a campanha majoritária da aliança. "A primeira vista, teve um efeito negativo", avaliou.

Olegário disse que torce para que a senadora consiga dar explicações convincentes e lembrou que, no dia 30 de junho, data final das convenções, não havia nenhuma acusação contra a senadora. "Nós fizemos a coligação com a senadora que, naquele momento, era honesta e correta", diz. "Dez dias depois, ela estava sendo acusada de envolvimento com os sanguessugas", completa.

"Espero, por isso, que a acusação seja apenas uma manobra política", ponderou. Miranda Muniz afirmou que confia na inocência de Serys, mas concordou que ela precisa provar isso senão não adianta nada. "A nossa esperança é que, no horário eleitoral, ela consiga dar as explicações necessárias".

O presidente do PC do B observou que a senadora petista entregou a CPMI documentos provando inocência. "Infelizmente, o relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO), não leu e, agora, pelas informações que temos, está disposto a ser testemunha de defesa da Serys, assim como a senadora Heloísa Helena", ressaltou. "Esperamos que a decisão sobre a Serys seja tomada antes das eleições, já que ela está abrindo mão de todos os prazos", destacou. Miranda Muniz ressaltou que o PC do B está jogando toda ficha na absolvição de Serys Marly na Comissão de Ética do Senado.