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Politica Brasil
Segunda - 14 de Agosto de 2006 às 14:22

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O senador Antero Paes de Barros (PSDB), candidato ao governo de Mato Grosso, foi o primeiro a participar da rodada de entrevista da TV Centro América que tem o objetivo de mostrar aos eleitores as propostas dos políticos que pretendem administrar o Estado. A primeira rodada acontece no programa MTTV 1ª Edição.

Antero Paes de Barros criticou a administração do governador Blairo Maggi (PPS) e garantiu que, caso seja eleito, irá diminuir a carga tributária no Estado. Ele argumenta que, com menos impostos, poderá gerar mais empregos. O candidato também prometeu que irá reduzir o repasse do duodécimo ao poder Legislativo.

A ordem de participação dos candidatos foi definida por sorteio. Cada candidato terá nove minutos para apresentar as propostas aos telespectadores.

Confira abaixo a íntegra da entrevista de Antero à TV Centro América:

Perfil – Antero Paes de Barros tem 53 anos, é cuiabano e casado. Jornalista e radialista, Antero foi vereador, secretário de governo, deputado federal e atualmente é senador.

O senhor tem criticado publicamente o volume de repasse do poder Executivo para o poder Legislativo. O que muda no seu governo?

Antero – Muda que nós vamos reduzir o repasse para a Assembléia Legislativa. A Assembléia recebe hoje em torno de R$ 16 milhões por mês. Quando nós transferimos o governo para o atual governador, ele recebeu um orçamento para 2003 de R$ 6,9 milhões [para a Assembléia]. Esse foi o orçamento deixado por Rogério Salles. Aumentou para R$ 11 milhões, R$ 13 milhões e a partir deste ano, R$ 16 milhões por mês. É muito dinheiro. E com a redução do duodécimo nós vamos implantar o programa Bolsa Universitária, ou seja, o estudante carente que passou na universidade particular e não tiver condições de pagar, o Estado vai pagar a sua mensalidade para que ele possa estudar. Exatamente em função dessa economia do repasse

De acordo com dados da Seplan, no governo do PSDB o repasse correspondia a 6,03% da receita líquida e que nesse atual governo não passa de 3%. Os dados da Seplan estariam errados então?

Antero - Esse é um truque aritmético. Quer dizer que aumentou a receita e aumenta o dinheiro para a Assembléia?

No seu governo, se aumentar a receita não vai aumentar o repasse para a Assembléia?

Antero - Não é necessário. A Assembléia não precisa disso. Por que o governador não aumentou, na mesma proporção, para o professor. Por que não aumentou, na mesma proporção, para a segurança pública? Nós acabamos de ver a questão da segurança pública aqui. Por que só para a Assembléia? Aumentou de R$ 6,9 milhões para R$ 16 milhões.

E o Judiciário?

Antero - Não dá para comparar o poder Judiciário com o Legislativo. O poder Legislativo funciona em uma casa só. O poder Judiciário tem a prestação jurisdicional em todos os municípios de Mato Grosso. A Procuradoria de Justiça tem também uma prestação jurisdicional em todo o Estado. A Assembléia é uma casa só. O que a Assembléia recebe por mês é mais do que todo o dinheiro que entra em Várzea Grande ou Rondonópolis. Não é justo isso. O governador prometeu que ia fazer isso. Não fez porque não quis.

Cortando repasse da Assembléia o senhor não acredita que terá dificuldade para governar?

Antero - Não. Eu acredito que vamos eleger uma nova Assembléia. Uma Assembléia que queira bem para o povo de Mato Grosso, que prefira, por exemplo, que o dinheiro vá para que alunos universitários tenham condições de estudar ao invés de que o poder Legislativo seja uma casa de gastança.

O senhor vai cortar em quanto o repasse?

Antero - Não defini ainda. Vamos fazer isso através de um plebiscito, se eu não conseguir aprovar uma lei que apresentei em Brasília. Quero fazer isso enquanto senador, antes do final do ano. Ela reduz da Assembléia e também da Câmara e do Senado. Eu acho que o Legislativo não pode ser a casa da gastança.

As condições precárias das estradas na região sudoeste de Mato Grosso são motivos freqüentes de reclamação por parte dos motoristas. Caso seja eleito, quais as propostas pra recuperar rodovias e asfaltar estradas de terra da região?

Antero – É preciso fazer uma constatação importante. As estradas não foram conservadas. Esse atual governo não teve uma política de manutenção das rodovias. Ele fez até algum asfalto novo, que está esburacado. Vamos ter uma política de manutenção das rodovias, uma política permanente de manutenção da rodovia, que sai muito mais barato para a população.

O senhor vai manter Fethab, que é o fundo que traz verbas também para as estradas?

Antero - Vou manter o Fethab. Na campanha anterior, quem prometeu acabar com o Fethab foi o meu adversário. Vou manter o Fethab, só que mantendo, vou reduzir alguns impostos. O diesel, por exemplo, vou reduzir de R$ 0,10 para R$ 0,04. Além de reduzir o diesel no ICMS de 17% para 12%, além de retirar o imposto criado por este governo no Fethab sobre a pauta da madeira. Isso gerou um enorme desemprego na região norte de Mato Grosso.

Quando o senhor fala em reduzir impostos, esse dinheiro já está previsto no orçamento. De onde vai vir a compensação?

Antero – Simples. Menos impostos é mais emprego. Menos impostos às vezes é mais receita. Mato Grosso cobrava 17% do algodão. Nós reduzimos para 3% o ICMS sobre o algodão. Mato Grosso arrecadava R$ 50 mil por mês e produzia 4% do algodão nacional. Com menos impostos, Mato Grosso produz hoje 56% do algodão nacional. Menos impostos é mais emprego. Mais emprego é mais dinheiro no bolso, fortalece o comércio e esse dinheiro volta para o Estado. É preciso ter uma política clara de geração de emprego no Estado. Aliás, entrando no site do Ministério do Trabalho, você vai perceber que a crise, embora seja vista como uma crise nacional, Mato Grosso foi o campeão nacional do desemprego.

O que o senhor vai fazer para atrair mais indústrias para o norte do Estado?

Antero - Vamos fazer uma política de visitar o país e mostrar as potencialidades de Mato Grosso. A principal questão para trazer a indústria já foi resolvida pelo governo do PSDB que era a questão da energia. Hoje temos energia abundante. Mato Grosso não pode se orgulhar de ser exportador de energia e exportador de comodities.

Em que setor o senhor acha que precisa de mais indústrias em Mato Grosso?

Antero - Por exemplo, a questão da madeira. O governo Frederico Campos, lá atrás, fez um decreto proibindo a saída da madeira em tora de Sinop. Quando ele proibiu a saída da madeira em tora, ele gerou um processo de industrialização aqui. Só que nós temos que ter uma medida para fazer com que essa industrialização seja acabada aqui e não seja o laminado indo para fora e volte pra cá o móvel para ser comprado pelo mato-grossense. A indústria do couro: a mesma situação. Nós temos que fazer a terminação do couro aqui e não o semi-tratamento do couro aqui no estado de Mato Grosso.

Por que o senhor acha que esse processo de industrialização também veio a passos lentos nos oito anos de governo do PSDB?

Antero - Não é verdade. O PSDB pegou o Estado às escuras. O PSDB tinha que resolver a matriz para isso. O PSDB foi quem trouxe o gasoduto, que trouxe a usina de Manso, que colocou a energia abundante, que fez a independência energética de Mato Grosso. Hoje já é possível discutir isso porque já se resolveu o problema da energia lá atrás. Sinop, por exemplo, tinha racionamento de energia.

As estradas estaduais, por exemplo, problema de infra-estrutura, sempre existiu. Não é um problema de agora.

Antero - N questão de infra-estrutura de estrada nós fizemos muito. Trouxemos a Ferronorte até Alto Araguaia. Está paradinha, paradinha, onde o governo deixou. No nosso governo, inclusive, já falamos até com o [candidato a] presidente Alckmin para que tenha um novo modelo de desenvolvimento. O Estado tem que ser sócio da Ferronorte, senão a Ferronorte não virá para Rondonópolis e Cuiabá. Nós estamos pedindo a Alckmin que nos dois primeiros anos de governo ele conclua a questão da BR-163. E concluir a BR-163 é concluir o que falta e fazer a duplicação, no mínimo, de Rondonópolis até Jangada. Ainda que depois possa privatizar esse trecho.

Candidato, suas considerações finais.

Antero - Quero agradecer a oportunidade, cumprimentar a TV Centro América e dizer que vamos prometer durante a campanha eleitoral exclusivamente aquilo que possamos cumprir. E que a nossa campanha será a campanha da ética e da decência. Não aceitaremos em nosso palanque nenhum mensaleiro e nenhum sanguessuga.





Fonte: RMT Online

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