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Politica Brasil
Quinta - 10 de Agosto de 2006 às 23:36

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A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) afirmou há pouco, em Plenário, que o relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), teria admitido que não leu o relatório de defesa entregue por ela à comissão e também à Corregedoria Parlamentar do Senado. Ela garantiu não haver provas de seu envolvimento, ou de seu genro, com a chamada "máfia das ambulâncias". Na avaliação de Serys, interesses políticos e eleitorais poderiam estar envolvidos na sua citação no relatório parcial da comissão.

- Nunca me verguei para a bandidagem e nunca me vergarei! - afirmou Serys, que classificou a CPI como "tribunal de exceção"

Íntegra do discurso da senadora Serys Slhessarenko no Plenário do Senado Federal - 10 de agosto de 2006 Senhor presidente, senhoras e senhores senadores Mais uma vez venho a esta tribuna para falar do meu envolvimento nas investigações que a chamada CPMI dos Sanguessugas promoveu sobre o chamado escândalo das ambulâncias.

Estou absolutamente perplexa. Escutei ainda há o relator Almir Lando, em resposta a uma pergunta do senador Suplicy, dizer que não teve tempo de aprecia a minha defesa. Por que então me notificaram para que apresentasse esclarecimentos?!

Falo então com a tristeza de quem viu há pouco o seu nome ser relacionado entre aqueles que foram encaminhados pela CPMI à Comissão de Ética do Senado sem que coisa nenhuma fosse investigada, pelo menos com relação à minha pessoa.

Isto fica obvio e ululante pelo fato de que, no relatório que a CPMI encaminha à Comissão do Senado só existe um dado: a cópia do depoimento do réu confesso Luiz Antonio Vedoin. E nada mais.

Depoimento este que, em nenhum momento, cita o meu nome como beneficiária de qualquer esquema. A citação que faz é de um suposto envolvimento do meu genro, Paulo Roberto Ribeiro.

O que fez a CPI para comprovar a denúncia deste réu confesso em delação premiada? Ouviu meu genro? Pediu a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal, telefônico, para comprovar, minimamente, esta denúncia?

Não, senhoras e senhores senadores. A CPMI sequer leu a minha defesa! Nestes mais de 20 dias, por mais que eu tenha tentado exaustivamente, fazer com que o meu genro fosse ouvido, pela Policia Federal, pela CPMI, pela Corregedoria do Senado, nada consegui. Entreguei à CPMI cópias de todo meus extratos bancários, desde 2002, para que os membros da CPMI pudessem avaliar qualquer possibilidade de que tenha auferido algum ganho indevido. Não existe no relatório da CPMI, e na fala de seu relator, qualquer evidência que esta análise tenha sido feita.

O que fica evidente é que a denúncia do réu confesso, em delação premiada, sem nenhuma prova, é bastante para que a CPMI entenda que o meu mandato de senadora, conquistado depois de vinte anos de luta, como resultado do apoio e da parceria de mais quase 600 mil cidadãos e cidadãs de Mato Grosso, deva ser colocado em xeque.

Entendo, por tudo isto, que mais do que acusada sou uma vítima da irresponsabilidade destes que, comandando a CPMI, agem de forma flagrantemente equivocada, na tentativa de arrastar o meu nome e o nome do meu partido para dentro deste esquema sórdido.

Só que, se lutei até aqui para defender este mandato, não pensem que vou arredar pé desta batalha. Nunca me curvei ante as ameaças que recebi de todo tipo de criminosos, e não será desta vez que vou me vergar.

Esta minha luta contra criminosos do tipo que enfrento agora no escândalo das ambulâncias, é uma luta antiga e que com certeza me fez angariar muitos ódios, ao longo de minha atuação parlamentar. Como deputada estadual presidi, na Assembléia de Mato Grosso, a CPI do Trabalho Escravo que garantiu a libertação de centenas de trabalhadores submetidos a um regime de trabalho degradante em fazendas de grandes senhores do interior de Mato Grosso. Participei também, ativamente, da CPI da Terra que, numa atitude corajosa, identificou e retomou terras públicas griladas por poderosos grupos econômicos e políticos de nosso Estado.

Sempre na defesa do patrimônio público, comandei a CPI da Sonegação enfrentando pela primeira vez em Mato Grosso, a Máfia do Fisco e desmontando poderosas quadrilhas que atuavam nas estruturas de arrecadação do Estado.

Fui também eu, Serys, a presidente da CPI do Narcotráfico que, na Assembléia de Mato Grosso, pelas denuncias que levantou, acabou contribuindo e levando ao desbaratamento, meses depois, da organização criminosa comandada pelo temido comendador João Arcanjo Ribeiro que durante décadas aterrorizou a sociedade mato-grossense.

Esta é a minha biografia. É por isto que estas quadrilhas não me suportam. É por isso que os Vedoins atacaram a mim e somente a mim, armando toda sorte de tramóias para tentar comprometer meu nome e minha história.

Imaginava eu que encontraria, dentro da CPI, parlamentares isentos, que procurassem provas antes de condenar,e me expor desta forma ante os olhos da população. Que fossem capazes de respeitar o direito consagrado universalmente do contraditório. Acabaram, no entanto, produzindo um relatório absurdo, farsesco, criminoso, como espero ter oportunidade de provar.

Quero, daqui, sossegar os meus eleitores e todos aqueles e aquelas que, em Mato Grosso, me conhecendo, sempre confiaram na minha pessoa. Já que a CPMI não teve tempo e pelo jeito nem interesse e responsabilidade para apreciar a minha defesa, tenho certeza de que na Corregedoria do Senado vou esclarecer toda esta questão.

Os criminosos que contra mim se levantam, não vão vencer. Estejam certos disto! Sempre estive preparada para este tipo de batalha e tenham certeza de que não terei um minuto de vacilação. Sou senadora e candidata ao Governo de Mato Grosso. Bem sei que, por trás de toda esta armação, está a sórdida tentativa de me afastar da disputa pelo Governo do meu Estado porque meus adversários o que mais temem é a minha vitória nesta disputa.

Agradeço as centenas e centenas de manifestações de solidariedade que me tem sido feitas, pessoalmente, por telefone, por e-mail, tanto da gente de Mato Grosso, de companheiros militantes e simpatizantes do PT, de pessoas do povo, de todas as partes do Brasil. Esse é o melhor respaldo para a minha resistência.

Vamos à luta, companheiros e companheiras!





Fonte: Da Assessoria

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