Relatório da CPI dos Sanguessugas é aprovado

O relatório parcial da CPI dos Sanguessugas foi aprovado hoje com apenas um voto contra, de Wellington Salgado (PMDB-MG), e uma abstenção, de Sibá Machado (PT-AC). O texto pede a cassação de 72 parlamentares envolvidos na máfia das ambulâncias, incluindo três senadores. Dezoito deputados foram inocentados. Os membros da Comissão comemoraram o resultado. Raul Jungmamm (PPS-PE), disse que a "descência venceu a corrupção". "É uma conquista coletiva", completou.

Os trabalhos da CPI continuam agora com o intuito de investigar a atuação da máfia das ambulâncias no Poder Executivo. Cerca de 150 requerimentos ainda podem ser votados, incluindo os que pedem a convocação dos ex-ministros da saúde de Lula e também de José Serra, que atou na pasta na gestão de Fernando Henrique Cardoso.

O presidente da Comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou que fará de tudo para que as reuniões tenham quóron e que os requerimentos sejam votados. Em sua opinião, no entanto, a presença dos ministros não é necessária. "Não há porque convocar neste momento. Não há nada de concreto contra eles", justificou.

Apesar dos esforços, os parlamentares lembraram que ainda falta muito a ser feito. Jungmann anunciou que fará um apelo para os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que acabe o voto secreto no plenário. "O eleitor precisa saber como vota o seu candidato", justificou.

O presidente da Comissão já convocou uma reunião administrativa para a próxima terça-feira e anunciou que estará em Brasília pelo menos uma vez por semana para dar continuidade aos trabalhos. Com a próximidade das eleições, no entanto, a presença de parlamentares na casa é cada vez menor.