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Politica Brasil
Quarta - 09 de Agosto de 2006 às 16:44

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O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou hoje que o relatório da comissão deverá citar dois grupos de parlamentares envolvidos com a compra irregular de ambulâncias. Um dos grupos, formado por 50 parlamentares, listará aqueles contra os quais há provas consideradas contundentes. O outro grupo será formado por cerca de 20 parlamentares contra os quais a CPMI não obteve provas contundentes e poderiam ser objeto de novas investigações.

O vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e o sub-relator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), defenderam o envio de todos os nomes de parlamentares citados para o Conselho de Ética. Jungmann avalia que a comissão recomendará a perda de mandato de 75 ou 76 parlamentares.

O relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO), é quem vai decidir contra quais parlamentares será recomendada a abertura de processo no conselho.

Para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPMI, o relatório será resultado de um amplo consenso entre o presidente, o vice-presidente, o relator e os sub-relatores. Jungmann também afirmou que o consenso está garantido, apesar do clima de tensão por causa das pressões dos investigados. "A pressão é normal, é parte do processo político", disse.

Votação do relatório

Biscaia informou que o relatório poderá ser votado amanhã, no mesmo dia de sua apresentação, se nenhum parlamentar pedir vista. A votação, se adiada, deverá ocorrer na próxima terça-feira (15).

Para garantir o quorum mínimo de votação, que é de 19 parlamentares, a CPMI vai solicitar aos líderes partidários que convoquem os parlamentares de seus partidos a participar da reunião.

O presidente da CPMI disse estar satisfeito com a conclusão das investigações de parlamentares em prazo inferior a 60 dias. Já a apuração da participação do Poder Executivo em esquemas de fraude deverá ser retomada após as eleições.

Biscaia afirmou ainda que a reação de última hora de parlamentares que integram a lista dos 90 suspeitos, ao ligar para os dirigentes da CPMI e entregar defesas por escrito, não vai interferir nas conclusões do relatório.

Fim do sigilo

Segundo o presidente da CPMI, os documentos que fundamentaram o relatório serão liberados a qualquer interessado, inclusive os depoimentos reservados de Luiz Antônio Vedoin, sócio-proprietário da empresa Planam, que atuava no esquema de compra superfaturada de ambulâncias. Ontem, juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal do Mato Grosso, determinou o fim do sigilo da investigação da "máfia das ambulâncias" por parte da Justiça Federal.

Integrantes da CPMI se reuniram na manhã de hoje, em sala reservada na biblioteca do Senado, para discutir o relatório. O relator, entretanto, não esteve presente. Ao final da tarde, a CPMI deve realizar nova reunião, desta vez com a presença de Amir Lando.





Fonte: RMT Online

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