Selma Egrei visita em peça o universo de Guimarães Rosa
Selma adianta que é tudo muito simples, quase uma contação de histórias. "Sirimim é nome de um riacho sobre o qual Guimarães Rosa escreveu quatro crônicas, que há muito leio e releio", diz. "Eu me apropriei dessas crônicas e transportei para vivências pessoais, para a minha gente da roça." O solo, enfatiza, nada tem de espetacular. "Quando o público entra já estou no palco. Tentamos eliminar qualquer idéia de glamour, coisa que muito me incomoda no teatro. Ao final, se quiser, o público pode continuar proseando com a atriz." "Sirimim" foi um dos vencedores do Prêmio de Teatro Myriam Muniz, da Funarte.
Essa ´prosa´ entre atriz e público tem três momentos distintos. No primeiro, ela faz uma descrição do ambiente, tentando, assim, conduzir o espectador para o espaço onde corre o riacho, onde vivem os personagens. Na segunda parte, ela ´vive´ algumas histórias comuns no cotidiano rural. "Há uma sabedoria e uma religiosidade que é intrínseca a essas pessoas que vivem em proximidade com a natureza", diz. Na última parte, conta um causo que acaba por deixar claro que a violência também marca presença nesse universo por vezes idealizado pelo olhar de quem está fora dele.
Comentários