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Cultura
Quarta - 09 de Agosto de 2006 às 06:45
Por: Iuri Gomes

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Após uma pequena pausa de seis anos, uma banda considerada por muitos lendária está de volta ao cenário musical de Cuiabá. Trata-se da Pacu Atômico, trio formado por Lopes na guitarra, Rubão na bateria e Luck nos vocais. A apresentação que marca o retorno do grupo será realizado no dia 17 de agosto na boate Zum Zum, às 22h. O show de abertura fica por conta da Revoltz. Ingressos a R$ 6,00.

Executando uma música sem rótulos, a Pacu Atômico já deu uma prévia desse show no riff Rock Fest, realizado no dia 08 de julho. Mas se engana quem pensa que o trio volta para viver das glórias do passado. E não é marketing, já que a banda chegou a excursionar por Portugal. Aliás, o primeiro disco deles, Ciência (2000), foi lançado somente nesse país. Depois dessa mini-turnê, a banda voltou e decidiu "dar um tempo", e só agora retoma as atividades. "A gente achou que ainda tinha algo para mostrar", explicou o guitarrista Lopes.

O show se chama Renegado, mesmo nome do próximo disco de inéditas da banda. "Não tem previsão de lançamento. Só vamos lançar quando estiver do nosso agrado", adiantou Lopes. A intenção, porém, é lançá-lo daqui a seis meses ou em um ano. "A história de gravar CD é mais um pretexto para estar tocando", confessou.

Formada em 1997, a banda conta com músicos tarimbados que integraram bandas como Nação, Strauss, Brigadas do Rock e Dr. Mabuse. Esta, inclusive, foi a primeira banda a gravar um CD em Mato Grosso -levando em consideração que a produção, a gravação e todos os demais processos envolvidos foram feitos em Cuiabá. O primeiro registro da Pacu Atômico é um EP homônimo com cinco músicas gravado em 1998.

Rock de viola com batida tribal indígena é a música da Pacu Atômico. E com um desafio ainda maior: cantado na língua tupiniquim. "Sempre foi em português, mas algumas palavras são do dialeto indígena, que é para dar referência", explicou o guitarrista. O nome? Foi tirado da famosa lista de opções que as bandas costumam fazer. "Mas o nome representa a proposta da banda. Pacu, raiz. Atômico, a explosão do rock", completou.

O lado regional ganha destaque nas apresentações. Além da viola de 10 cordas eles utilizam o mocho (banquinho feito com couro de boi usado como instrumento de percussão no siriri e no cururu), e inventaram percussivo "pacu-bambu": uma armação de ferro que sustenta os bambus.

Mas as música da Pacu Atômico, apesar destes detalhes, não é regional. "Quanto mais regional você for, mais mundial será. Pelo menos a gente pensa assim", filosofa Lopes. Ele faz questão de lembrar que eles não gostam do rótulo "regional". "Você fica preso a ele e não pode fazer nada diferente, senão o público desaprova, como foi o caso do Sepultura".

O guitarrista é produtor, técnico de som e há quatro anos comanda a guitarra e os vocais em seu projeto pessoal. O músico da Pacu com menos experiência no meio musical está há 11 anos envolvido no ramo. Seria essa a origem do adjetivo "lendária" dado à banda? "É legal ser reconhecido, mas a gente não se acha. O que a gente quer mesmo é tocar", finalizou. O show no dia 17 contará com dois músicos convidados: Leandro Beda no baixo, e André Galvão na viola de 10 cordas.




Fonte: A Gazeta

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