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De gazua
Antes de se curvar aos Estados Unidos Muammar Kadafi escreveu o antológico Livro Verde, onde define o parlamento como ausência do povo. Esse conceito totalmente antidemocrático do ditador libanês, lamentavelmente se encaixa como luva para o Brasil, tal o emporcalhamento do Congresso Nacional, salvo exceção de raros parlamentares.
A sujeira é tamanha que já não se discute mais o montante saqueado nem o grau de envolvimento dos sanguessugas. O que se questiona nas ruas é o silêncio corporativo do Congresso na proteção aos lobos que há muito deixaram os pêlos nos fios do arame farpado da moralidade.
A bancada federal de Mato Grosso, com pingadas exceções está afundada até o pescoço com a tal máfia das ambulâncias - que deveria ser chamada de quadrilha do genocídio - e se mantém alheia a esse crime inominável, como se os fatos denunciados, apurados, evidenciados e comprovados não lhe dissessem respeito.
Temo que o escamoteamento dos fatos, as defesas ‘fabricadas’ nas bancas de doutos advogados, a transferência de responsabilidades pelos crimes e o aluvião político criem uma couraça capaz de blindar os sanguessugas mato-grossenses. Esse temor torna-se ainda maior quando se vê a impotência e até mesmo a conivência dos poderes, o que permite manter corruptos nas ruas com direito a tratamento cerimonioso.
O quadro atual me faz buscar na memória o caso do larápio que entrou à noite num chiqueiro e afanou um porco. O barulho acordou o dono e os moradores do lugar. O povo saiu atrás do malandro. Alguém o viu com o bichão nas costas e gritou: “Pega o ladrão de porco!”. Mesmo acuado o gatuno não se entregou e tratou de se defender: “Porco – disse – não sei de porco algum”. E olhando assustado para trás, gritou em desespero batendo a mão para derrubar o danado das costas: “Tira esse bicho daqui, tira esse bicho daqui”.
Kadafi não é recomendável referência democrática, mas seu conceito sobre parlamento se encaixa como luva no momento atual, onde a tática dos advogados de defesa é bem manjada porque bota o porco nas costas de parente e assessor, sem que os parlamentares acusados, ainda que enlameados, assumam o deslize do chiqueiro nessa terra de população sem saúde pública e onde mandato eletivo vira gazua pra saquear o erário público.
EDUARDO GOMES é jornalista
eduardo@diariodecuiaba.com.br
A sujeira é tamanha que já não se discute mais o montante saqueado nem o grau de envolvimento dos sanguessugas. O que se questiona nas ruas é o silêncio corporativo do Congresso na proteção aos lobos que há muito deixaram os pêlos nos fios do arame farpado da moralidade.
A bancada federal de Mato Grosso, com pingadas exceções está afundada até o pescoço com a tal máfia das ambulâncias - que deveria ser chamada de quadrilha do genocídio - e se mantém alheia a esse crime inominável, como se os fatos denunciados, apurados, evidenciados e comprovados não lhe dissessem respeito.
Temo que o escamoteamento dos fatos, as defesas ‘fabricadas’ nas bancas de doutos advogados, a transferência de responsabilidades pelos crimes e o aluvião político criem uma couraça capaz de blindar os sanguessugas mato-grossenses. Esse temor torna-se ainda maior quando se vê a impotência e até mesmo a conivência dos poderes, o que permite manter corruptos nas ruas com direito a tratamento cerimonioso.
O quadro atual me faz buscar na memória o caso do larápio que entrou à noite num chiqueiro e afanou um porco. O barulho acordou o dono e os moradores do lugar. O povo saiu atrás do malandro. Alguém o viu com o bichão nas costas e gritou: “Pega o ladrão de porco!”. Mesmo acuado o gatuno não se entregou e tratou de se defender: “Porco – disse – não sei de porco algum”. E olhando assustado para trás, gritou em desespero batendo a mão para derrubar o danado das costas: “Tira esse bicho daqui, tira esse bicho daqui”.
Kadafi não é recomendável referência democrática, mas seu conceito sobre parlamento se encaixa como luva no momento atual, onde a tática dos advogados de defesa é bem manjada porque bota o porco nas costas de parente e assessor, sem que os parlamentares acusados, ainda que enlameados, assumam o deslize do chiqueiro nessa terra de população sem saúde pública e onde mandato eletivo vira gazua pra saquear o erário público.
EDUARDO GOMES é jornalista
eduardo@diariodecuiaba.com.br
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/284461/visualizar/
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