Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Domingo - 06 de Agosto de 2006 às 07:31
Por: Andréia Fontes

    Imprimir


Pagamento de propinas para parlamentares do Congresso é uma prática comum mesmo antes do início da atuação da máfia das ambulâncias, segundo afirmou o empresário Darci José Vedoin em seu depoimento à Justiça Federal. "Que o pagamento de comissão a parlamentares já era uma praxe existente anteriormente, no Congresso Nacional", relatou o empresário ao juiz Jeferson Schneider da 2ª Vara Federal.

O depoimento dos envolvidos no esquema foi divulgado e trouxe à tona o relato de um grande esquema de corrupção. O primeiro relatório das investigações desse escândalo será divulgada na quinta-feira desta semana pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas.

Darci ressalta em seu depoimento que o esquema de direcionamento de licitações foi conhecido pela empresa de sua posse por meio de empresas do Paraná, a Domanski e Domanski, Saúde Sobre Rodas, Martier e Maitê.

O empresário afirma que as empresas pertencentes a Silvestre Domanski atendia a municípios em Mato Grosso, já que na região Centro-Oeste não existiam empresas que forneciam unidades móveis de saúde. As licitações, segundo Darci, já eram direcionadas.

"Que o direcionamento das licitações se dava mediante acordo com o prefeito do município; que participavam dessas licitações as empresas pertencentes a Silvestre Domanski".

Como a Planam, até então, realizava trabalhos de assessorias à municípios, começou a vender as ambulâncias da empresa do Paraná e em 1998 e 1999 já foram feitas licitações com pagamento de propinas para prefeitos de Mato Grosso.

Os donos da Planam teriam começado a ter problemas na entrega das ambulâncias uma vez que nem todas unidades, transformadas por Silvestre, possuíam exatamente as características do bem licitado, além de conviverem com atrasos nas entregas. Foi aí, que Darci e seu filho, Luiz Antônio Trevisan, começaram a transformar veículos em unidades móveis em Cuiabá, para posterior revenda aos municípios.

As primeiras unidades transformadas em Cuiabá teriam sido vendidas pela Planam em 2000 com emendas do deputado Lino Rossi (PP), utilizando a mesma sistemática de direcionamento de licitações utilizada por Silvestre Domanski. "Que as primeiras unidades, vendidas pela Planam, já ocorreram com recursos oriundos do deputado Lino Rossi, o qual o reinterrogando havia conhecido no aeroporto de Várzea Grande/MT".

Neste contexto, os empresários mato-grossenses constituem as três primeiras empresas que seriam utilizadas como laranjas nas licitações: Santa Maria, Klass e Enir Rodrigues de Jesus-EPP.

Nos depoimentos dos principais articuladores do esquema ficou claro que a Planam e as empresas criadas a partir dela para fraudar as licitações não são as únicas no país a trabalharem com o direcionamento das licitações e pagamento de propinas à parlamentares.

Em seu depoimento à CPMI, na última quinta-feira, o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin chegou a afirmar que um senador, que ainda não está sendo investigado, trabalharia com o esquema aliado à concorrentes da Planam. O empresário não citou o nome do parlamentar.

Além do Paraná, ainda haveriam empresas do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e do Rio de Janeiro atuando da mesma forma que devem ser investigadas futuramente. De Minas Gerais, Luiz Antônio inclusive cita em seu depoimento a empresa Lealmaq, localizada em Belo Horizonte.

No Estado mineiro, a Planam teria feito um acordo com a Lealmaq de não atuar. De contrapartida, tanto a Planam entrava em licitações direcionadas em MG para beneficiar a Lealmaq assim como em MT acontecia o inverso.





Fonte: Gazeta Digital

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/284988/visualizar/