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Politica Brasil
Sexta - 04 de Agosto de 2006 às 08:30

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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, alertou nesta quinta-feira para a forma excessiva como partidos, coligações e, especialmente, candidatos investirão na contratação de cabos eleitorais. Segundo ele, o excesso de gente pedindo votos par um determinado candidato poderá se constiuir numa forma “maquiada” para se efetivar a compra de votos. O alerta foi dado durante lançamento da campanha “Voto não tem preço, tem conseqüências”, desenvolvida pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), na sede da OAB. O evento contou com a participação de diversas autoridades.

Faiad explicou que os limites de propaganda eleitoral impostas pela nova legislação leva a conclusão de que o principal investimento de partidos, coligações e candidatos deverá ser no próprio eleitor. Este ano, estão proibidos, entre outros, cartazes, santões, out-doors, camisetas, bonés e brindes diversos. Essa restrição, segundo ele, favorece os políticos mais conhecidos e também aqueles que dispõe de dinheiro para contratação de cabos eleitorais, que, por lei, não têm vínculo empregatício. Os cabos eleitorais ganham por semana – a chamada “semanada”.

Durante o lançamento da campanha, Faiad revelou que a tecnologia – tão importante para transparência dos votos – também está a serviço do crime eleitoral. Ele informou que empresas especializadas já desenvolveram programas que permitem até mesmo monitorar a atuação do cabo eleitoral, acoplado a um sistema de telemarketing. “Muitos candidatos, ate onde já sabemos, estão investindo nesse sistema” – comentou. Na prática, o esquema consiste em conhecer a cadeia de votos que o cabo eleitoral pode conquistar ao candidato. “Isso é ruim para a democracia” – disse.

Por solicitação do ativista Jão Batista “Tito”, da Associação dos Mutuários de Cuiabá, Faiad disse que pretende encaminhar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) solicitação no sentido de que seja afixado nas seções de votação a lista com fotos dos candidatos. A foto deverá ser a mesma daquelas que aparecerão na hora da confirmação do voto. “É uma forma a mais de coibir a compra de votos, já que um dos esquemas é exatamente confirmar, na hora em que for receber o dinheiro, como o candidato aparece na foto da urna eletrônica” – explicou.

A luta contra a compra de votos não terá trégua em 2006. A idéia é expandir o MCCE, já relativamente estruturado na Grande Cuiabá e Baixada Cuiabana, par outros municípios. No decorrer da campanha, idéias deverão ser apresentadas aos dirigentes da Justiça Eleitoral como forma de ajudar a coibir a compra de votos. “Queremos avançar cada vez mais porque o objetivo é aperfeiçoar cada vez mais o processo democrático em nosso país” – disse o coordenador do MCCE, Antonio Cavalcanti Filho, o “Ceará”, que fez um relato dos trabalhos do movimento, implantado a partir das eleições de 2000 “quando ninguém acreditava que seria possível combater a compra de votos”.

Na solenidade de lançamento da campanha, estiveram presentes também o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Antônio Bitar Filho; o juiz federal José Pires da Cunha; o presidente da Associação Matogrosense dos Magistrados (Amam), juiz Antônio Horário; o representante da Associação do Ministério Público Eleitoral, Miguel Slhessarenko; representantes de entidades e de acadêmicos de Direito de universidades de Cuiabá, além de ongs ligadas a luta contra a corrupção.





Fonte: Olhar Direto

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