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Cavalcanti é denunciado por privilegiar a máfia
Ivo Marcelo Spínola da Rosa acusou o ex-procurador da República em Mato Grosso, Roberto Cavalcanti, em depoimento à Justiça Federal, de utilizar "informações privilegiadas" para assumir a defesa das empresas da família em 2003. Cavalcanti renunciou a defesa da família Trevisan-Vedoin sete dias após a deflagração da operação "Sanguessuga".
Em seu depoimento ao juiz Jeferson Schneider, Ivo relata que no aniversário de Darci José Vedoin, dono da Planam, no final de 2003, Cavalcanti, que estava presente, perguntou a ele sobre empresa Santa Maria. Ao saber que era da família, teria dito a Ivo que havia "necessidade de medidas urgentes, haja vista a existência de uma grande investigação contra as empresas da família".
"Roberto Cavalcanti informa, em seguida, da existência de uma ação civil pública no Estado do Acre. Informa, ainda, de que a Procuradoria da República do Acre teria oficiado à Procuradoria da República em Mato Grosso, solicitando investigação em relação às empresas da família Vedoin e que, inclusive, medida nesse sentido já havia sido tomada pela Procuradoria em Mato Grosso, encaminhando expediente à Receita Federal, em Cuiabá", diz parte do depoimento.
Em seguida, Ivo Spínola relata que Cavalcanti ressaltou inclusive o risco de prisão por conta da sonegação fiscal das empresas. "Por ser procurador da República, também disse que não haveria, na cidade, outro escritório em condições de fazer frente ao grave problema, especialmente pelo fato de possuir informações privilegiadas, as quais poderiam contribuir para a defesa da família", continua Ivo no relato, que era o responsável pelos contatos com os advogados da família
Outro lado - O escritório de Roberto Cavalcanti foi contratado pela família em dezembro de 2003. O advogado rebate as acusações de Ivo, afirmando que em 2002 a família já tinha conhecimento sobre as investigações do Acre. "Esta afirmação do Ivo é absolutamente falsa e podemos atribuir a mágoa por eu ter renunciado a causa".
Cavalcanti nega que tinha conhecimento de todo o esquema desarticulado na operação "Sanguessuga" e diz que só sabia do direcionamento das licitações. "Falavam que as emendas era da bancada de Mato Grosso. Não sabia do pagamento de propinas".
Em documento apresentado para A Gazeta (renúncia do caso), datado de 11 de maio, ele aponta que um dos fatos de ter deixado a defesa da família foi por ter tomado conhecimento de diversos atos "omitidos" ao escritório.
Apesar de afirmar que não sabia do pagamento de propinas a parlamentares, foi Roberto Cavalcanti o primeiro advogado a protocolar no Supremo Tribunal Federal uma Reclamação questionando a competência da Polícia Federal para investigar o caso, uma vez que haviam parlamentares envolvidos. Na reclamação, foi anexado a cópia de um despacho onde o delegado apontava o suposto envolvimento do deputado Nilton Capixaba (RO).
Cavalcanti diz que vai processar Ivo, que estaria tentando "denegrir sua imagem" e vai prestar esclarecimento à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Cavalcanti foi procurador da República até 2005 quando, em fevereiro daquele ano, pediu exoneração do cargo. (AF)
Em seu depoimento ao juiz Jeferson Schneider, Ivo relata que no aniversário de Darci José Vedoin, dono da Planam, no final de 2003, Cavalcanti, que estava presente, perguntou a ele sobre empresa Santa Maria. Ao saber que era da família, teria dito a Ivo que havia "necessidade de medidas urgentes, haja vista a existência de uma grande investigação contra as empresas da família".
"Roberto Cavalcanti informa, em seguida, da existência de uma ação civil pública no Estado do Acre. Informa, ainda, de que a Procuradoria da República do Acre teria oficiado à Procuradoria da República em Mato Grosso, solicitando investigação em relação às empresas da família Vedoin e que, inclusive, medida nesse sentido já havia sido tomada pela Procuradoria em Mato Grosso, encaminhando expediente à Receita Federal, em Cuiabá", diz parte do depoimento.
Em seguida, Ivo Spínola relata que Cavalcanti ressaltou inclusive o risco de prisão por conta da sonegação fiscal das empresas. "Por ser procurador da República, também disse que não haveria, na cidade, outro escritório em condições de fazer frente ao grave problema, especialmente pelo fato de possuir informações privilegiadas, as quais poderiam contribuir para a defesa da família", continua Ivo no relato, que era o responsável pelos contatos com os advogados da família
Outro lado - O escritório de Roberto Cavalcanti foi contratado pela família em dezembro de 2003. O advogado rebate as acusações de Ivo, afirmando que em 2002 a família já tinha conhecimento sobre as investigações do Acre. "Esta afirmação do Ivo é absolutamente falsa e podemos atribuir a mágoa por eu ter renunciado a causa".
Cavalcanti nega que tinha conhecimento de todo o esquema desarticulado na operação "Sanguessuga" e diz que só sabia do direcionamento das licitações. "Falavam que as emendas era da bancada de Mato Grosso. Não sabia do pagamento de propinas".
Em documento apresentado para A Gazeta (renúncia do caso), datado de 11 de maio, ele aponta que um dos fatos de ter deixado a defesa da família foi por ter tomado conhecimento de diversos atos "omitidos" ao escritório.
Apesar de afirmar que não sabia do pagamento de propinas a parlamentares, foi Roberto Cavalcanti o primeiro advogado a protocolar no Supremo Tribunal Federal uma Reclamação questionando a competência da Polícia Federal para investigar o caso, uma vez que haviam parlamentares envolvidos. Na reclamação, foi anexado a cópia de um despacho onde o delegado apontava o suposto envolvimento do deputado Nilton Capixaba (RO).
Cavalcanti diz que vai processar Ivo, que estaria tentando "denegrir sua imagem" e vai prestar esclarecimento à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Cavalcanti foi procurador da República até 2005 quando, em fevereiro daquele ano, pediu exoneração do cargo. (AF)
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/285487/visualizar/
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